Justiça decreta prisão preventiva de Beto Richa
Ex-governador é suspeito de participar de suposto esquema de superfaturamento de contratos para manutenção de estradas rurais
Brasil|Do R7
A Justiça Estadual do Paraná decretou a prisão preventiva do ex-governador Beto Richa (PSDB) e de outros alvos da Operação Radiopatrulha, investigação sobre suposto esquema de propinas em contratos de manutenção de estradas rurais.
Candidato ao Senado, o tucano estava preso em regime temporário (prazo de cinco dias prorrogáveis) desde terça-feira, 11.
Tiveram a prisão preventiva decretada: Investigados com prisão preventiva decretada: Carlos Alberto Richa (Beto Richa), José Richa Filho (Pepe Richa), Ezequias Moreira Rodrigues, Luiz Abi Antoun, Deonilson Roldo, Celso Antônio Frare, Edson Luiz Casagrande, Tulio Marcelo Dening Bandeira, Aldair Wanderlei Petry (Neco) e Dirceu Pupo Ferreira.
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A reportagem tenta contato com a defesa dos investigados.
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Entenda o caso
A investigação da PF (Polícia Federal) e do MPF (Ministério Público Federal) apura o suposto pagamento milionário de vantagem indevidas no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, que favoreciam agentes públicos e privados do Paraná. De acordo com a Polícia Federal, os agentes direcionavam o processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada.
A apuração e a denúncia oferecida pelo MPF, a Odebrecht fez m acerto de subornos com Deonilson Roldo no primeiro semestre de 2014. O objetivo era limitar a concorrência da licitação para duplicação da rodovia PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo.
Após perícia da PF no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, foram identificados cinco pagamentos das propinas, que totalizaram R$ 3,5 milhões, entre setembro e outubro de 2014. Os endereços de entrega ficavam localizados na capital paulistaPaulo, em condomínio relacionado à sogra de Jorge Atherino — "operador financeiro" de Richa.
Conforme o MPF, houve entregas em espécie de R$ 500 mil em 04/09/2014; R$ 500 em 11/09/2014; R$ 1 milhão em 18/09/2014; R$ 1 milhão em 25/09/2014; e R$ 500 milhão em 09/10/2014. Tudo isso, segundo as investigações, estava registrado no sistema de contabilidade ilícito da Odebrecht.