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Ligado a Cabral, presidente da Fecomércio é preso no Rio

Orlando Diniz é investigado por desvio de recursos da Fecomércio-RJ e lavagem de dinheiro. Defesa afirma que acusações são infundadas

Brasil|Giuliana Saringer, do R7, com Record TV e Estadão Conteúdo

Diniz havia sido afastado do Sesc/Senac do Rio pelo STJ em dezembro de 2017
Diniz havia sido afastado do Sesc/Senac do Rio pelo STJ em dezembro de 2017 Diniz havia sido afastado do Sesc/Senac do Rio pelo STJ em dezembro de 2017

O presidente da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), Orlando Diniz, foi preso preventivamente pela PF (Polícia Federal) na manhã desta sexta-feira (23). Diniz é investigado na operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato. 

Em dezembro do ano passado, Orlando Diniz foi afastado do Sesc/Senac, do Rio, pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Lava Jato vai investigar escritório de compadre de Lula

As investigações apontaram que pessoas ligadas à gestão da Fecomércio-RJ estariam envolvidas em operações irregulares incluindo o desvio de recursos, lavagem de dinheiro e pagamento, com recursos da entidade, de vultosos honorários a escritórios de advocacia, somando mais de R$180 milhões. 

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Dentro deste valor estão incluídos cerca de R$20 milhões que teriam sido pagos ao escritório pertencente à esposa de um ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. Ele é investigado por lavagem de dinheiro e envolvimento com o ex-governador do Rio de Janeiro, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, no Paraná. Segundo a PF, houve o pagamento de salários para pessoas que nunca trabalharam na Fecomércio. Estas seriam funcionários de Cabral e também familiares próximos de outros membros da organização criminosa que recebiam pela entidade. 

A operação, batizada de Jabuti, é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal, com apoio da Receita Federal do Brasil. Ela recebeu este nome porque faz alusão a funcionários-fantasmas, que eram conhecidos como "jabutis" pelos funcionários da Fecomércio-RJ. 

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Envolvimento com Cabral 

O repasse de R$ 13.025.183,26, da Fecomércio do Rio ao escritório de advocacia da ex-primeira-dama do Estado Adriana Ancelmo já havia sido alvo da Lava Jato. Em novembro de 2016, quando o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi preso, o Ministério Público Federal havia apontado um "crescimento vertiginoso" da banca.

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Durante o governo Cabral, o escritório de Adriana Ancelmo recebeu R$ 35,8 milhões de 10 empresas. Uma delas, a Fecomércio do Rio.

Na época, a força-tarefa da Lava Jato chamou a atenção para "o assombroso volume de recursos que a Fecomércio — Federação das Indústrias do Comércio do Rio — passou a desembolsar para o escritório de Adriana Ancelmo principalmente em 2015 e 2016".

Defesa de Diniz

A defesa do presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, afirmou que as acusações contra o dirigente são "infundadas".

— "As acusações que recaem sobre Orlando Diniz são infundadas. Ele vai esclarecer todos os pontos levantados pela PF e pelo MPF e o devido processo legal deve provar sua inocência, afirmou a defesa em nota.

A Jabuti investiga desvio de recursos da Fecomércio, lavagem de dinheiro e pagamento de cerca de R$ 180 milhões em honorários advocatícios com verba federal. No alvo da operação está ainda a contratação de funcionários fantasmas. Uma chef de cozinha e uma governanta, segundo o Ministério Público Federal, recebiam pelo Senac e trabalhavam no interesse do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).

Segundo a defesa de Orlando Diniz, "o comando nacional da Confederação Nacional do Comércio, dirigida desde 1980 pela mesma pessoa, tem interferindo indevidamente na entidade do Rio de Janeiro com a finalidade de se manter no poder".

— As inverdades levantadas contra o grupo legitimamente eleito para dirigir a Fecomércio e o Sesc têm resultado na destruição de projetos importantes para a sociedade fluminense (como o investimento no esporte), no enfraquecimento do comércio no Estado e na desprofissionalização da Fecomércio, hoje controlada por interventores indicados politicamente", afirma a nota. "Orlando Diniz sempre colaborou com as investigações e esteve à disposição para esclarecimentos junto às autoridades.

Fecomércio-RJ

Em nota, o grupo Teixeira, Martins & Advogados, que defende a Fecomercio-RJ, informou que "não comenta assuntos relativos aos seus clientes ou honorários advocatícios contratados, que são protegidos por sigilo legal. O escritório tomará todas as providências cabíveis em relação à divulgação e manipulação desses dados pelo Ministério Público Federal".

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