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Mancha de óleo atinge praia de Morro de São Paulo, na Bahia

Famoso destino turístico localizado no município de Cairu, a 176 km de Salvador, foi atingido por óleo no início da madrugada desta terça-feira (22)

Brasil|Do R7

Manchas de óleo já atingem faixa de 2 mil quilômetros da costa brasileira
Manchas de óleo já atingem faixa de 2 mil quilômetros da costa brasileira

A praia de Morro de São Paulo, no município de Cairu, a 176 km de Salvador, foi atingida por uma grande quantidade de óleo na madrugada desta terça-feira (22).

O poluente começou a chegar à faixa de areia por volta das 2h, segundo pescadores da região. A segunda e a terceira praias foram as mais afetadas. Por questões de segurança, a prefeitura da cidade interditou inicialmente o acesso de banhistas aos locais, mas, logo em seguida, as praias foram liberadas. Considerado como o mais requisitado e conhecido de Morro, o passeio “Volta à Ilha” também foi temporariamente suspenso, mas liberado logo depois.

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Desde às 2h30 da madrugada até a manhã desta terça-feira, 1,5 tonelada de óleo foi retirada pelas equipes das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Sustentável e Especial de Morro. Voluntários e homens da empresa responsável pela limpeza pública da região também auxiliaram na operação de retirada do resíduo.


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A quantidade foi a maior registrada até o momento em praias na região sul da Bahia. No último fim de semana, manchas foram encontradas em Ilhéus e Itacaré, mas em menor porção.


Óleo se espalha pelos 9 Estados da região. O poluente foi identificado em uma faixa de mais de 2 mil quilômetros da costa brasileira.

Além de Morro, fragmentos de óleo foram registrados nas praias da Cueira, em Boipeba, e de Ponta do Quadro, em Garapuá. As áreas também estão sendo limpas pela prefeitura e voluntários.


Segundo a secretária de Desenvolvimento Sustentável de Cairu, Fabiana Pacheco, a situação está controlada. O material foi reunido e aguarda a retirada da ilha pelos órgãos responsáveis: Defesa Civil, Marinha do Brasil e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Uma reunião realizada nesta manhã, com equipes da pasta, vai definir o plano de ação que será adotado diante da chegada do poluente.

Segundo o superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, equipes do órgão e da Marinha já estavam monitorando a região, diante da possibilidade de avanço do óleo para o sul baiano. Isso possibilitou que a ação de resposta à chegada do poluente fosse mais rápida. Equipes que atuam no Litoral Norte foram deslocadas para a região ainda pela manhã.

Ainda de acordo com o superintendente, o Ibama vai oficiar a Petrobrás para que empregue o Plano de Emergência Individual (PEI), desenvolvido para a plataforma de Manati, que fica na bacia de Camamu. O planejamento é acionado quando há incidentes de poluição por óleo. Mesmo que o poluente encontrado não seja da petroleira, o objetivo é de que a expertise da estatal seja usada para minimizar os impactos em Morro. “A Petrobrás pode disponibilizar monitoramento e equipamentos da plataforma nesta operação”, explica Rodrigo.

A preocupação agora é que o vazamento avance para a Baía de Camamu. Terceira maior do Brasil e segunda maior da Bahia, a baía é considerada bem preservada e ambientalmente sensível, já que é irrigada por rios pequenos com muitos manguezais, nascedouros e berçários de várias espécies marinhas. A área poluída nesta madrugada também abriga a Área de Proteção Ambiental (APA) das Ilhas de Tinharé e Boipeba.

Com uma população de cerca de 100 mil habitantes, Morro é o terceiro destino turístico mais visitado da Bahia, perdendo apenas para Salvador e Porto Seguro, no Extremo Sul do estado. Cerca de 400 mil turistas que passam pelo local por ano, atraídos pelas belas praias.

A prefeitura de Cairu afirmou que o monitoramento das praias do arquipélago e adoção das estratégias do Plano de Emergência Ambiental foram adotados desde os primeiros sinais de impacto do vazamento de óleo na Bahia. “Todos os materiais necessários para proteção e limpeza também foram adquiridos antecipadamente”, informou em nota.

O município aguarda nesta terça as equipes do Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha do Brasil, Ibama, Inema (órgão estadual) e Agência Nacional de Petróleo (ANP) para mensurar os danos causados. O monitoramento de outras praias prossegue. A prefeitura afirmou também que continuará com uma operação de pente-fino, que será realizada por equipes da gestão municipal em todas as localidades do município para assegurar que não há vestígios de óleo.

Rodrigo Alves ressaltou que as praias do Nordeste estão recebendo quantidade cada vez menor de óleo nos últimos dias. A situação é mais crítica em Pernambuco e Alagoas. De acordo com balanço feito na segunda à noite, 21, pelo Ibama, 75 praias da região estão limpas e não voltaram a registrar vestígios do poluente.

Apesar desta tendência, a praia de Carneiros, um dos maiores destinos turísticos pernambucanos, amanheceu coberta de óleo na sexta, 18. Um dia antes, o material poluiu a praia e a área de proteção ambiental de Maragogi, no litoral norte de Alagoas.

Na Bahia, o óleo atingiu esta semana 11 praias de Salvador, incluindo pontos turísticos como o Farol da Barra. Até as 18h de sexta-feira, 90 toneladas de óleo tinham sido recolhidas na capital, de acordo com a prefeitura.

O superintendente do Ibama destacou a preocupação do governo federal com a atividade turística no Nordeste e reforçou que as pessoas não devem ter receio de visitar as praias da região. “As pessoas estão muito impressionadas com as imagens de grande quantidade de óleo em alguns locais, mas não é todo o Nordeste que está assim. É importante frisar isso”, ressaltou.

A morte de 12 tartarugas marinhas desde 11 de outubro deixou em alerta o governo de Vera Cruz, Região Metropolitana de Salvador. O fato de praias do município terem sido atingidas por manchas de óleo levantou a possibilidade de os animais terem sido intoxicados pelo material.

Uma análise feita pelo Projeto Tamar, que atua na preservação de espécies de tartarugas-marinhas em extinção, apontou, no entanto, que a matança foi provocada pela atividade pesqueira. Diretora de Fiscalização de Meio Ambiente de Vera Cruz, Priscilla Velloso informou que nenhum dos animais foi encontrado com manchas de óleo. A orientação dada pela prefeitura é de que, caso alguma espécie seja vista com marcas do poluente, o animal seja encaminhado para análise do Ibama.

Além de Morro de São Paulo, o óleo também atingiu outras duas praias do município de Cairu, que é um arquipélago formado por 26 ilhas.

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