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Mesmo afastado, Cunha continuará a receber salário de R$ 33,7 mil

Câmara ainda não definiu se ele permanece na residência oficial da presidência

Brasil|Fernando Mellis, do R7

Câmara poderá dar prazo de 30 dias para Cunha desocupar residência oficial, caso tenha que sair
Câmara poderá dar prazo de 30 dias para Cunha desocupar residência oficial, caso tenha que sair

Caso o STF (Supremo Federal Tribunal) mantenha a decisão que suspendeu o mandato do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele continuará recebendo os vencimentos de R$ 33,7 mil (com descontos, R$ 22,6 mil), segundo a Câmara dos Deputados. A Casa ainda não sabe se o parlamentar permanecerá na residência oficial que ocupa em Brasília.

Afastado, Cunha fica em uma situação sem precedentes na Câmara dos Deputados. Com a perda do mandato, ele também deixa automaticamente a presidência da Casa. A Mesa Diretora diz que não será convocado o suplente dele por se tratar de uma suspensão.

Como presidente, ele dispõe hoje, além da residência oficial (com funcionários à disposição), de carro, motorista e segurança. O jurista Dalmo Dallari defende que não se deve comparar o caso ao de um eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff, que continuará a ocupar o Palácio da Alvorada.

— O tratamento jurídico é completamente diferente. Ele é afastado da presidência e perde as prerrogativas de presidente da Câmara, que incluem benefícios que são dados para facilitar o exercício da presidência.


Já o jurista Ives Gandra diz que o princípio deveria ser o mesmo adotado no caso de Dilma, apesar de discordar disso.

— Eu tenho a interpretação de que a Dilma sendo afastada ela não poderia utilizar o Palácio da Alvorada, mas vão dizer que pode. Então, se o Eduardo Cunha estiver afastado liminarmente das funções, poderia utilizar a residência oficial também. O que valer para ela deveria prevalecer para ele.


Mesmo que determinada a saída de Cunha da residência oficial, ela não deverá ser imediata, segundo a presidência da Câmara. Será dado um prazo — provavelmente de 30 dias — ao deputado para que desocupe o imóvel.

Leia a íntegra do despacho do ministro Teori Zavascki

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