Ministro do Supremo mantém passagens aéreas para mulheres e maridos de parlamentares
Teori Zavascki negou liminar para suspender o benefício; decisão ainda poderá ser reavaliada
Brasil|Do R7

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki negou liminar que questiona a extensão da cota de passagens aéreas a cônjuges de parlamentares. O mandado de segurança é de autoria do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Na ação, o deputado alega que as alterações feitas pela mesa diretora da Câmara deveriam ter sido feitas por meio de aprovação em plenário e não por decisão única da mesa. Segundo Sampaio, o próprio Regimento Interno da Câmara diz que modificações como essa deveriam ser feitas por meio de resolução, sob consulta dos demais parlamentares. Com base nesses argumentos, o parlamentar pediu liminar para suspender os efeitos da decisão da mesa diretora da casa.
O ministro Teori Zavascki negou a liminar e pediu mais informações à mesa diretora da Câmara. Apesar da negativa, a decisão pode ser revista pelo próprio ministro, diante das novas informações, e também por decisão do plenário da Suprema Corte, que julgará o mérito ada ação. Como não há prazo para nova análise, não há uma previsão para que isso aconteça.
A mesa diretora da Câmara aprovou nesta semana mudança, em um ato da Casa, que permite que cônjuges de parlamentares, a partir de abril, possam viajar de seus Estados de origem a Brasília às custas da Câmara. Em meio a um momento de ajuste fiscal, foi oferecido aos parlamentares um "pacote de bondades" que representará custo adicional de R$ 112,8 milhões até o fim do ano e de R$ 150,3 milhões em 2016. Os cônjuges dos parlamentares haviam perdido o direito a bilhetes aéreos financiados pela Câmara em 2009 e, desde então, apenas parlamentares e assessores eram permitidos em viagens oficiais.
A decisão do comando da Câmara provocou reações da população e também de parlamentares da oposição. Diante da polêmica, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a declarar que os parlamentares não são obrigados a usar o benefício, dizendo que "só usa quem quiser".
O PSDB, partido ao qual pertence Sampaio, reagiu logo após a decisão, alegando que a terceira secretária da mesa diretora, deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), votou contra a medida. Já Cunha disse que Mara questionou a proposta, mas acabou concordando na hora da votação.