Moro me desqualificou para escolher diretor da PF, diz Ramagem
Ele foi escolhido para suceder Maurício Valeixo na chefia da instituição, mas foi barrado por uma decisão do STF
Brasil|Márcio Neves, do R7
Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e indicado de Bolsonaro ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal, barrado por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), prestou depoimento nesta segunda-feira (11) e acusou o ex-ministro Sérgio Moro de desqualificá-lo quando soube que seria o escolhido para o comando da PF (Polícia Federal).
Leia mais: Bolsonaro nunca pediu informações de inquéritos, diz ex-diretor da PF
"O ex-ministro Sérgio Moro não falou mal do nome do depoente em seus pronunciamentos mas fez questão de desqualificar o depoente para a
posição de Diretor-Geral da Polícia Federal; que a desqualificação ocorreu
através de argumento inverídico de intimidade familiar nunca antes tido como
premissa ou circunstância, apenas como subterfúgio para indicação própria sua
de pessoas vinculadas ao seu núcleo diretivo de sua exclusiva escolha", afirmou Ramagem em seu depoimento.
Leia também: Saadi diz que soube pela imprensa que Bolsonaro queria trocá-lo
Alexandre Ramagem inclusive negou ter intimidade com o presidente Jair Bolsonaro ou qualquer outra pessoa da sua família, e justificou que a foto em que aparece ao lado de Carlos Bolsonaro, como um momento em que o filho do presidente teria passado para saudar os agentes federais que trabalharam durante a campanha presidencial, durante as comemorações de réveillon de 2018-2019.
Leia também
No depoimento, Ramagem também explicou sobre os procedimentos relacionados aos relatórios de inteligência produzidos pela Abin, afirmando inclusive que a PF colabora pouco com o órgão.
Ao fim do depoimento, ele fez questão de pontuar que "que o ex-ministro Moro, ao adentrar ao executivo federal, e tratar especificamente de Polícia, podería se ater a princípios e valores de hierarquia, lealdade e preferência da lei, até porque não houve qualquer comando ilegal emanado do Presidente da República".