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Motoristas de caminhões cobram cumprimento da tabela do frete

Texto foi aprovado pelo Congresso Nacional e segue para a sanção do presidente Michel Temer

Brasil|Do R7

caminhões, caminhoneiros, protesto, paralisação, greve
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Aprovada pelo Congresso na quarta-feira (11), a medida provisória do frete foi comemorada pelos caminhoneiros, que dizem esperar que as empresas passem a seguir a tabela de preços para o transporte de cargas.

"Acabou a choradeira", disse o caminhoneiro Valdomiro de Quadros de Cascavel (PR). Segundo ele, antes, os empresários tentavam "levar vantagem" na hora de calcular o custo. "Agora tem um valor X que serve de base." Sem falar em valores, ele disse que já viu diferença no valor do frete do Sul do País até Bragança Paulista (SP).

O caminhoneiro Aislan Almeida Oliveira afirma que ainda há empresas se negando a seguir a tabela. "O jeito nesse caso é não aceitar pegar serviço."

A tabela em vigor foi editada no dia 30 de maio. Mas, de acordo com a MP, a definição dos preços mínimos ficará a cargo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O tabelamento é criticado pelo agronegócio.


"Nosso trabalho é muito difícil e exige boa remuneração", justifica Almir César da Silva Medeiros, caminhoneiro de Cuiabá (MT). Ele cita situações sempre presentes que encarecem o serviço, como a má qualidade das estradas, o custo da alimentação e a falta de segurança.

Transportando cargas de Sul a Norte do Brasil há dez anos, o gaúcho Fabio Moraes de Araújo, de 30, acredita que a tabela, caso seja sancionada pelo presidente Temer, poderá não funcionar como esperado. "A maioria das transportadoras não quer pagar o preço mínimo."


Autônomo, Araújo citou como exemplo o preço do frete mínimo para os 1.150 km de Porto Alegre a São Paulo: R$ 6.700, conforme a tabela da ANTT. Segundo ele, as transportadoras se negam a pagar esse valor e oferecem a metade do preço.

Para ele, a medida pode criar um mercado paralelo. "Se tu não quiseres transportar a carga, outros transportam por um valor bem mais baixo."


O presidente do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, declarou apoio à MP, embora o tabelamento tenha sido pleito dos caminhoneiros autônomos. "Quem mais contrata autônomo no País são as empresas de transportes rodoviários de cargas. Agora teremos que pagar um preço mínimo, mas também iremos receber um preço mínimo de frete."

Amorim disse que não acredita que o tabelamento do frete para o transporte de cargas vai trazer impacto no custo da cesta básica do brasileiro. "O mercado já estava praticando o preço mínimo", afirmou.

As duas maiores entidades do setor produtivo de Mato Grosso, a Famato (Federação Mato-grossense de Agricultura) e a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), são contrárias à MP.

"Teremos que ter cautela ao avaliar todos os pontos da MP. Algumas de nossas preocupações, como o retorno do caminhão vazio sobre o qual teríamos que pagar caso o motorista não encontrasse frete de retorno, foi retirado da proposta", disse o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan.

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