Operação Brabo apreende quase R$ 1 milhão e prende 80 por tráfico
PF também apreendeu cinco armas, carros de luxo e três quilos de droga
Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
A PF (Polícia Federal) divulgou no final da tarde desta segunda-feira (4) um balanço dos resultados da Operação Brabo contra o tráfico internacional de cocaína para a Europa via porto de Santos. Pelo menos 80 pessoas foram presas com a operação e uma fortuna, em espécie, de R$ 918 mil foi apreendida.
O superefetivo de 820 agentes federais apreendeu nas mãos do tráfico uma quantia de R$ 425 mil, US$ 149.200 [R$ 468.234,36] e 6.700 euros [R$ 25.053,31], além de cinco armas (pistolas e revólveres), carros de luxo e três quilos da droga. Os policiais cumpriram todos os 190 mandados de buscas da Brabo, batizada em referência ao porto de Antuérpia, na Bélgica, um dos principais destinos da cocaína.
Do total de presos, 28 foram detidas no Porto de Santos, que funcionava como principal local de envio da droga para a Europa. O balanço ainda é parcial.
Também foram registrados dois termos circunstanciados de ocorrência por posse de pequena quantidade de droga - que por se tratarem de infrações de menor potencial ofensivo, não levam a prisões, apenas à condução à Polícia para a lavratura e assinatura de termo de compromisso de comparecer em juízo.
De acordo a Agência Brasil, os delegados responsáveis pela operação declararam que o objetivo era desmontar diversas células criminosas, sem que houvesse uma principal, que atuavam em consórcio para o envio da droga para países europeus. “Algumas estratégias efetivadas pelo grupo contavam com a participação de grupos criminosos aqui no Brasil, seja no tocante à logística, seja na aquisição”, explicou Rodrigo Costa, delegado regional de combate e investigação do crime organizado. Em São Paulo, o esquema contava com integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Estadão Conteúdo informou ainda que o Setor de Comunicação Social da PF em São Paulo declarou que os federais também recolheram joias e pedras preciosas que foram encaminhadas à perícia para a verificação de autenticidade.
A investigação teve início em agosto de 2016 e foram apreendidas seis toneladas de cocaína. A apuração começou a partir de informações fornecidas pelo DEA (agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas). Nesta segunda, foram apreendidos três quilos de cocaína e uma pistola com um dos investigados. As drogas iam para portos da Itália, Espanha, Inglaterra e França. Dois presos são sérvios e viviam no Brasil como intermediadores para a venda na Europa. Segundo a PF, a cocaína chegava na Europa por cerca de R$ 25 a 30 mil, o quilo. Estima-se que até 50% desse valor ficava no Brasil.
O delegado federal Aguinaldo Mendonça Alves explica que há casos em que a droga pode ser enviada nos navios sem a conivência de funcionários terceirizados do Porto de Santos. “Pode ser introduzida, por exemplo, através do içamento. Dessa forma, quando ele é feito diretamente do mar para o contêiner do navio, não tem nenhuma pessoa do porto que faz esse tipo de atuação”, explicou o delegado. A PF destaca que, apesar de 28 pessoas terem sido presas no Porto de Santos, isso não significa que há envolvimento do órgão. “Houve uma participação pontual dos servidores do Porto de Santos”, destacou.
A maior parte da droga chega ao Brasil por países fronteiriços, como Peru, Colômbia e Bolívia. “Eventualmente pode vir de caminhões ou aeronaves. Normalmente ela é estocada na cidade de São Paulo e depois, a critério da organização criminosa, ela era remetida para o Porto de Santos. Há várias possibilidades para introdução diretamente no porto”, disse Mendonça. Entre essas possibilidades está o içamento do contêiner que contaria com a conivência da tripulação. “Mas esses não são funcionários do porto”, destacou o delegado.