Oposição pressiona pela saída de Geddel do governo Temer

A oposição já se mobiliza para pedir a saída do ministro Geddel Vieira Lima, titular da Secretaria de Governo da Presidência da República. O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) associou o legado do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que pediu demissão na semana passada, à suposta influência de Geddel no governo em favor de assuntos particulares.

À coluna Painel, da Folha de São Paulo, desta segunda-feira (21), Alencar disse: “Se Geddel continuar, o legado de Calero terá sido o de revelar a cultura do tráfico de influência, abuso de poder e patrimonialismo do governo Temer”.

Geddel e Calero deverão ser chamados na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. A deputada federal Jandira Fehgali (PCdoB-RJ) foi clara ao defender a convocação dos dois.

— Vamos chamar os dois na Câmara. Calero, para deixar mais explícito os motivos que levaram a seu pedido de demissão. E Geddel, para que explique a acusação. Eles vão ter de dar explicações ao Poder Legislativo.

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A convocação deve ser pedida nas comissões de Cultura ou de Fiscalização e Controle, ambas presididas por deputados do PT.

Nesta segunda-feira, o comportamento de Geddel no caso deverá ser alvo da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. O presidente do grupo, Mauro Menezes, anunciou que decidiu levar ao colegiado, já "na manhã de segunda-feira", as denúncias publicadas pela imprensa do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.

— Li com atenção o que foi publicado e, como presidente da Comissão, decidi que vou submeter o assunto ao colegiado, na segunda-feira, que vai decidir se abrirá procedimento de investigação [contra o ministro] e quais providências a serem tomadas.

Vale lembrar que a comissão de ética não tem poder de afastar ministro, mas pode sugerir ao presidente da República, a demissão da autoridade no cargo, depois de analisar o caso e ouvir os envolvidos em sua defesa.

A pressão sobre Geddel começou quando Marcelo Calero se demitiu do Ministério da Cultura. Ele acusou o colega da Secretaria de Governo de atuar para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aprovasse um empreendimento em Salvador, o La Vue Ladeira da Barra.

Em Salvador, inclusive, políticos apostam que o empreendimento de 30 andares, com imóveis avaliados em até R$ 4,5 milhões, não vai sair. Virou até piada na capital soteropolitana: “La Vue Ladeira Abaixo da Barra”.