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Osmar Terra nega existência de gabinete paralelo: 'Fake news'

Deputado é apontado como membro do grupo de médicos fora do governo que aconselharam Bolsonaro na gestão da pandemia

Brasil|Do R7

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, durante reunião em Brasilia
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, durante reunião em Brasilia

O ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que também médico, usou as redes sociais neste domingo (6) para negar, novamente, a existência de um gabinete paralelo que, conforme investiga a CPI da Covid no Senado, aconselhava o presidente Jair Bolsonaro nas questões relacionadas à pandemia.

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Em rede social, ele classificou a acusação, que ganhou força após a divulgação de vídeos de uma audiência do presidente com médicos fora dos quadros do Ministério da Saúde no ano passado, de "fake news" e "forçação de barra".

"Fake news que transforma uma audiência pública do presidente, transmitida ao vivo, em reunião secreta, com 'vídeos vazados', que 'provam' a existência de um 'Gabinete Paralelo', é a maior forçação de barra que já vi! A fake seria cômica se não ocorresse num período trágico da vida brasileira", postou o parlamentar, que também é médico.

A reunião ocorreu em 8 de setembro e, além de Terra, contou com a participação da imunologista Nise Yamaguchi, o virologista Paolo Zanotto e outros profissionais da saúde.


Trechos dessa reunião confirmam, ainda, que o ex-assessor Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), intermediava os contatos entre o Palácio do Planalto e o grupo paralelo.

Neste sábado, Arthur, que foi assessor da Presidência da República, negou que tenha organizado um gabinete paralelo de orientação de Jair Bolsonaro em questões relativas à pandemia. Em vídeo publicado ao lado do irmão Abraham, ele se definiu como um pesquisador: “Meu histórico é de acadêmico, de cientista.”


A existência do gabinete paralelo é um dos principais focos de investigação do momento da CPI da Covid no Senado, que investiga ações e omissões do governo federal, de estados e municípios na gestão da pandemia. 

Nas imagens da reunião, é possível ver o virologista Paolo Zanotto aconselhando Bolsonaro a tomar “extremo cuidado” com as vacinas contra a covid-19. “Não tem condição de qualquer vacina estar realisticamente na fase 3”, disse. Na sequência, Zanotto afirma que acredita “que a gente tem que ter vacina, ou talvez não”.


- Audiência com o movimento "Médicos pela Vida" (3/4)

Posted by Jair Messias Bolsonaro on Tuesday, September 8, 2020

Weintraub, Zanotto e Terra devem ser chamados para depor na CPI.

Na sexta-feira, quando os vídeos vieram à tona, Osmar Terra classificou a acusação de "uma ficção política". Sentado ao lado de Jair Bolsonaro na mesa do evento, ele negou que o encontro fosse uma reunião de aconselhamento paralelo do presidente.

"A ciência não é seletiva ou exclusivista. O presidente da República, Jair Bolsonaro, pode e deve ouvir opiniões diversas para tomar as mais relevantes decisões pelo povo brasileiro. A reunião divulgada recentemente ocorreu com a presença de vários especialistas, e consta na agenda oficial do presidente como uma audiência comum à atividade política", disse em nota.

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