Partidos de esquerda deveriam ser menos corruptos ou tomar tento
O falso moralismo dos "progressistas" prejudica a política, enfraquece a democracia e impede qualquer avanço real do País
Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7
Todo político é ladrão? Com certeza, não. Acredite, há exceções e estão em diversas legendas. Todo partido é corrupto ou em algum momento praticou corrupção? Aí a resposta fica mais difícil.
O financiamento público de campanhas, o fundo partidário, o poder econômico das grandes corporações, o abuso na prática das "doações não contabilizadas" (apelido dado ao crime de Caixa Dois em que todas as siglas já foram denunciadas ou pegas) é um convite ao desvio ético e às maracutaias.
Tanto o Mensalão quanto o Petrolão e os mais recentes escândalos enfileiram num paredão políticos de todas as origens ideológicas. Basta pesquisar, nosso sistema eleitoral, a lógica na distribuição de verbas e na indicação para cargos, tudo é um emaranhado de oportunidades para a corrupção, em todos os níveis.
Vamos repetir: não estamos falando de homens públicos honestos, mas de suas agremiações. Não cabe citar nomes dos que se comportam de forma honesta, pois trata-se de obrigação, e qualquer elogio seria, a rigor, injusto.
Mas. Vejam os dois casos dessa semana aqui e aqui. Os partidos de esquerda deveriam ser mais zelosos quanto se trata de corrupção. É uma questão de coerência, mais do que honestidade. O discurso dos progressistas e, hum, revolucionários, sempre se pautou como refúgio aos que clamam pela punição de ladrões que condenam nosso país à desigualdade e miséria.
Hipocrisia. Porém, cabe relembrar que esse falso moralismo, desmascarado a tempo, inquestionável, só prejudica a imagem da política, enfraquece a democracia e impede qualquer avanço real do País. Ou a esquerda para de se colocar como trincheira da ética e da moralidade ou vamos parar de demagogia. Tome tento.