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Pazuello desabafou sobre boicote a vacina nacional, diz deputado à CPI

Luis Miranda disse que ex-ministro da Saúde previu demissão por pressões políticas e de esquemas de corrupção na pasta

Brasil|Gabriel Croquer, do R7

Pazuello já havia responsabilizado antes sua demissão por pressões políticas
Pazuello já havia responsabilizado antes sua demissão por pressões políticas Pazuello já havia responsabilizado antes sua demissão por pressões políticas

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou nesta sexta-feira (25) à CPI da Covid que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello previu sua demissão poucos dias antes de ocorrer, por pressões políticas e de esquemas de corrupção. O encontro entre os dois teria ocorrido em março, durante transporte de vacinas em avião da FAB (Força Aérea Brasileira). 

"Ele olhou para minha cara, uma cara de descontentamento, e falou assim: 'Luis, eu não duro mais nem essa semana, é certeza. Eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, mas, exatamente por eu não compactuar com determinadas situações, é que, assim, eu vou ser exonerado'", relembrou o deputado sobre encontro com o militar naquele mês. 

Ainda de acordo com Miranda, ele teria então insistido para o então ministro não aceitar a situação, ao que Pazuello teria respondido com o desabafo sobre o suposto boicote que ele sofreu para desenvolver uma vacina nacional. 

"Ele mudou o assunto e falou assim: 'Vou te contar uma historinha só da vacina'. Aí ele me conta a história que, desde o meio do ano passado, ele estava lutando para a gente lançar a nossa vacina. Então, ele foi travado diversas vezes, ele teve dificuldade pra poder trabalhar", comentou.

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O deputado foi então questionado pelos senadores sobre a contradição de sua fala com o depoimento de Pazuello à CPI que, ao ser perguntado pelo motivo de ter saído do Ministério, se limitou a responder: "Missão cumprida".

Luis Miranda passou a então a falar da reação do militar a sua denúncia de suposto superfaturamento e favorecimento na compra da vacina indiana Covaxin contra a covid. Pazuello teria respondido uma reunião onde teria se recusado a "dar o pixuleco" para o pessoal, implicando negativa de supostas propinas. 

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"O cara, olhando no meu olho, ele botou o dedo da minha cara e, olhando no meu olho, falou assim: 'Eu vou te tirar dessa cadeira'", disse o deputado, atribuindo a fala ao militar. 

Expressão parecida ("pixulé") foi usada pelo próprio ministro em março, ao justificar sua demissão implicando que teria se recusado a participar de esquemas de corrupção. Ele também afirmou, em conversa reservada com assessores, que teria sofrido pressão política por verbas federais e que havia um plano para tirá-lo do comando do ministério.

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