A PF (Polícia Federal) prendeu, neste sábado (28), em Portugal, o suspeito de invadir o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o primeiro turno das eleições municipais de 2020, no dia 15 de novembro. A ação, chamada Exploit, foi realizada em conjunto com a Polícia Judiciária (Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica) do país europeu.Leia mais: Hackers atacam TRF-1, pegam dados e comemoram nas redes As buscas também ocorreram em território nacional. No Brasil, três mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, além de três medidas cautelares de proibição de contato entre investigados nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o inquérito policial, um grupo de hackers brasileiros e portugueses, liderados por um cidadão português, foi responsável pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE no primeiro turno. Além do acesso ilegal aos servidores do Tribunal, a PF apura os crimes de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa. Ambos os crimes são previstos no Código Penal; além de outros previstos no Código Eleitoral e na Lei das Eleições (9.504/97). As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após representação efetuada pela Polícia Federal e manifestação favorável da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral. O nome Exploit se refere a uma parte de software, um pedaço de dados ou uma sequência de comandos que tomam vantagem de um defeito a fim de causar um comportamento acidental ou imprevisto no software ou hardware de um computador ou em algum dispositivo eletrônico, detalhou a PF. O ataque hacker no primeiro turno foi um dos motivos por trás da lentidão que os eleitores enfrentaram para justificar ausências no aplicativo e-Título, segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. "Houve uma tentativa de ataque com um grande volume de acessos simultâneos, mas foi totalmente neutralizado pelo TSE e pelas operadoras de telefonia e portanto sem qualquer repercussão sobre o processo de votação", disse Barroso em coletiva de imprensa realizada durante o primeiro turno. "Obviamente houve um subdimensionamento ou problema técnico, sobretudo causado pelo desligamento de um dos servidores. Tivemos uma dificuldade e vamos consertar já para o segundo turno", prometeu Barroso. O TSE informou que não vai se manifestar oficialmente sobre a prisão do hacker em Portugal porque a investigação ainda está em andamento. Já a polícia de Portugal deverá dar mais detalhes ainda neste sábado.