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Presidente do Paraguai vai depor sobre acordo polêmico com o Brasil

Governo de Mario Abdo Benítez vive a pior crise desde que assumiu, há cerca de um ano, após suspeitas em torno de negociação

Brasil|Da Agência EFE

Benítez antecipou depoimento para este domingo
Benítez antecipou depoimento para este domingo Benítez antecipou depoimento para este domingo

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, prestará neste domingo (11) depoimento a três promotores do país sobre o polêmico acordo com o Brasil para a compra da energia produzida pela hidrelétrica de Itaipu.

O Ministério Público do Paraguai informou ontem em comunicado que Marcelo Pecci, Susy Riquelme e Liliana Alcaraz serão os responsáveis pelo depoimento de Abdo Benítez, marcado para ocorrer amanhã na residência oficial de Mburuvichá Roga, em Assunção.

Inicialmente, o presidente seria ouvido sobre o polêmico acordo durante a semana, mas o Ministério Público confirmou que Abdo Benítez decidiu antecipar o depoimento.

O comunicado ainda informa que os agentes solicitaram ao governo do Paraguai um relatório detalhado sobre os processos técnicos que basearam as negociações do acordo com o Brasil para a compra de energia de Itaipu.

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Abdo Benítez e o vice-presidente do país, Hugo Velázquez, também investigado no caso, foram convocados formalmente a prestar depoimento na sexta-feira. No mesmo dia, o presidente disse que estava à disposição para colaborar com o Ministério Público.

Até o momento, os promotores já ouviram Pedro Ferreira, ex-presidente da Ande (Administração Nacional de Energia), e José Rodríguez González, advogado considerado como um assessor informal de Velázquez. Ele teria influenciado as negociações do acordo por ordem do vice-presidente.

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A renúncia de Ferreira abriu a maior crise política do governo de Abdo Benítez, que chegou ao poder há cerca de um ano e pode ser alvo de um impeachment pelo acordo, secreto para a opinião pública paraguaia até então.

O governo do Paraguai tentou controlar a crise com várias renúncias de importantes figuras envolvidas nas negociações, entre elas a do ex-ministro das Relações Exteriores Luis Alberto Castiglioni.

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No entanto, a crise ganhou envergadura após a imprensa paraguaia revelar mensagens telefônicas de Rodríguez para Ferreira, nas quais o advogado apresentava-se como assessor de Velázquez.

Nos diálogos, Rodríguez González tenta excluir do acordo um ponto que daria à Ande autorização para vender parte da energia do país a empresas privadas do país vizinho.

Acuado, Abdo Benítez negociou com o Brasil a revogação do acordo. A suspensão do pacto deu sobrevida ao presidente, já que o recuo do governo de Jair Bolsonaro foi o suficiente para que uma dissidência do Partido Colorado, liderada pelo ex-presidente Horacio Cartes, mudasse de ideia sobre o impeachment.

Sem os votos dos dissidentes do Honor Colorado, a oposição não tem o apoio necessário para fazer o impeachment de Abdo Benítez e de Velázquez avançar na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, o pedido foi protocolado e deve ser analisado nos próximos dias.

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