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Promotora diz que prisão de João de Deus evita intimidação de vítimas

Maria Gabriela Manssur diz ao R7 que prisão do médium é importantíssima e se trata de resposta à sociedade 

Brasil|Juliana Moraes, do R7

João de Deus se entregou neste domingo (16)
João de Deus se entregou neste domingo (16)

O médium João de Deus se entregou à polícia na tarde deste domingo (16) após ter sua prisão decretada pela Justiça de Goiás, na sexta-feira (14), devido a centenas de denúncias de abuso sexual.

A promotora Maria Gabriela Manssur, responsável pela força-tarefa de São Paulo para ouvir as vítimas do médium, falou com o R7 após a prisão.

“Considero importantíssima [a prisão], uma resposta da Justiça para a sociedade”, diz. “Comprova que ele poderá oferecer risco à ordem pública e também intimidação às vítimas e testemunhas que estão procurando todos os ministérios públicos para fazer as denúncias, muitas delas com muito medo, intimidadas”, completa.

Ainda de acordo com a promotora a prisão serve para mostrar a gravidade das denúncias. “É uma resposta importante para mostrar que, de fato, são graves e estão sendo apurados com a maior garantia das vítimas possível.”


Segundo ela, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) vai investigar todas as denúncias que estão surgindo contra o médium. “As provas estão sendo colhidas. São depoimentos, mas também há outras provas que serão apresentadas para o Ministério Público de Goiás e eles vão fazer a análise dos fatos para oferecimento da denúncia e início das ações penais competentes, correspondentes aos fatos”, afirma. “São provas não só testemunhais, oitivas de testemunhas, como várias outras provas que estão surgindo aí ao longo dos depoimentos e das denúncias.”

A promotora garante que os ministérios vão trabalhar arduamente para solucionar o caso. “Agora vamos aguardar para que o MP-GO consiga fazer um trabalho importante, com tranquilidade, para o início das ações penais e oferecimento das denúncias. São muitas vítimas, muitos casos e isso precisa ser muito bem analisado e organizado. Estamos confiantes”, comemora.


O trabalho da força-tarefa de São Paulo ainda está longe do fim, assim como o de Goiás. “A partir de amanhã [segunda-feira (17)], seguimos com as oitivas do Ministério Público. Já temos 15 agendadas e a nossa meta é ter até mais umas 20 agendadas. Ou seja, bater 40 vítimas até o final do dia 19”, conclui.

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Entenda o caso


João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.

Após as primeiras denúncias contra o médium, o MP-Go (Ministério Público de Goiás) abriu uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.

Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.

Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium e se disse inocente e declarou ainda que estava à disposição da Justiça.

Até a noite desta quinta-feira (13), a força-tarefa do MP-GO atendeu 330 mulheres.

Outro lado

O advogado criminalista Alberto Toron, que representa João de Deus, se posicionou sobre as acusações de abuso sexual contra o médium em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Ele afirmou que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”.

“O que eu quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, disse o advogado.

Ainda segundo Toron, João de Deus vai se apresentar à Justiça nos próximos dias para colaborar no que for necessário.

O R7 tenta desde segunda-feira (10) ouvir o advogado, mas ainda não obteve resposta. Um novo contato foi realizado nesta quarta-feira (12), após o pedido de prisão. Uma entrevista com o médium também foi solicitada, também sem posicionamento do acusado.

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