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Sem voto impresso, não vai ter eleição em 2022, afirma Bolsonaro

Presidente chamou Brasil de "republiqueta" por aceitar o voto eletrônico e fez duras críticas ao presidente do TSE, Luís Barroso

Brasil|Do R7

Bolsonaro defende o voto impresso desde antes de sua eleição, em 2018
Bolsonaro defende o voto impresso desde antes de sua eleição, em 2018

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira, em tom de ameaça, que não vai ter eleição em 2022 no Brasil caso o Congresso aprove uma regra que valide o voto impresso, mas eventualmente a mudança não entre em vigor, após tecer duras críticas ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso.

Em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro citou trecho de entrevista recente dada por Barroso na qual o magistrado disse que seria um "caos" a adoção do voto impresso. Ele chamou o presidente do TSE de "dono do mundo", "homem da verdade absoluta" e que "não pode ser contestado".

"Ninguém aceita mais este voto que está aí, como vai falar que é preciso, é legal, é justo e não é fraudado? Única republiqueta do mundo, acho que talvez a única, é a nossa que aceita essa porcaria desse voto eletrônico, isso tem que ser mudado", disse.

"E digo mais, se o Parlamento brasileiro, por maioria qualificada, em três quintos na Câmara e no Senado, aprovar e promulgar, vai ter voto impresso em 2022 e ponto final. Não vou nem falar mais nada. Vai ter voto impresso, porque se não tiver voto impresso, sinal de que não vai ter a eleição. Acho que o recado está dado", ameaçou.


Bolsonaro disse que os defensores da democracia, que querem que o voto "valha de verdade", têm de ser favoráveis a adotar a medida para tornar o voto auditável. Ele parabenizou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por darem prosseguimento à tramitação de uma proposta de emenda à Constituição nesse sentido.

Sem ter apresentado provas, o presidente tem dito que as eleições de 2018 --realizadas no sistema de voto eletrônico-- foram fraudadas e que não fosse isso teria vencido ainda no primeiro turno.


Desde então, Bolsonaro tem feito a defesa da adoção de um voto eletrônico em que posteriormente haja um comprovante impresso para que seja auditável, mesmo diante do fato de o Brasil ter um dos sistemas de votação mais seguros do mundo, conforme especialistas.

O presidente insinuou que os contrários à adoção do voto impresso poderiam estar com medo do resultado da votação, ironizando que podem acreditar em "Papai Noel" ou que teriam interesse em se beneficiar com o resultado.

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