STF não defendeu liberdade de religião, diz presidente da Unigrejas
'A pandemia não pode ser uma justificativa para rasgar a Constituição', diz o bispo Eduardo Bravo em crítica ao STF
Brasil|Do R7
![Eduardo Bravo é presidente da Unigrejas](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/RH2WI6XF4ZPHZIPCJDRH3GCPBU.jpg?auth=0e26564a9fb2206fa5eca11220378038b9b6f4007a71097d050ce2b36a3a59f0&width=1280&height=854)
"A pandemia não pode ser uma justificativa para rasgar a Constituição. A liberdade religiosa não foi defendida", disse o bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos) ao criticar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu contra a liberação de cultos religiosos.
O STF decidiu nesta quinta-feira (8) contra a liberação de cerimônias religiosas ao público durante a pandemia por 9 votos a 2. O entendimento é a favor de decreto do governo do estado de São Paulo que criou a restrição na fase emergencial de combate à covid-19, válida desde o último dia 15.
Segundo Bravo, a Unigrejas tem uma posição contrária às aglomeraçoes e defende o equilíbrio entre fé e saúde pública. "Nossa luta sempre foi para que as igrejas funcionassem dentro de todas as normas sanitárias, inclusive com a capacidade limitada."
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Mas a decisão pelo fechamento foi considerada drástica e desproporcional. "Trata-se de um exemplo clássico de retrocesso democrático", afirmou Bravo. "As igrejas complementam o trabalho do poder público, principalmente levando orientação num momento como o que estamos vivendo. O governante inteligente deveria enxergar a igreja como uma parceira."
Bravo lamentou que, em vez de defender o cumprimento da Constituição, que garante os cultos e suas liturgias, "infelizmente os ministros do STF entraram em um mérito teológico que desconhecem, excluindo as necessidades da alma do ser humano". "A saúde do corpo e a saúde da alma estão conectadas entre si”, finalizou.