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Temer afasta quatro vice-presidentes da Caixa por 15 dias

Decisão ocorreu após reunião entre presidentes do BC e do banco estatal

Brasil|Do R7, com Agência Reuters

Temer vinha se recusando a afastar os executivos
Temer vinha se recusando a afastar os executivos

O presidente Michel Temer (MDB) determinou ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao presidente da Caixa, Gilberto Occhi, o afastamento por 15 dias de quatro vice-presidentes do banco para que apresentem defesas sobre denúncias apresentadas pelo MPF (Ministério Público Federal), informou o Palácio do Planalto nesta terça-feira (16).

A decisão ocorreu após reunião do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, com o Occhi mais cedo. Segundo uma fonte, o próprio BC pediu a destituição de todos os vice-presidentes do banco estatal.

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Quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa, além de Occhi, estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo MPF (Ministério Público Federal).


O pedido de afastamento dos dirigentes foi feito em dezembro e assinado pelas forças-tarefas das operações Greenfield, Cui Bono e Sépsis — as duas últimas derivadas da primeira.

Até semana passada, Temer vinha se recusando a acatar a recomendação do MPF. Procurada, a Caixa não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem.


O que pesa contra os executivos

Os vice-presidentes citados nas investigações a afastados temporariamente são Deusdina Pereira, de Fundos e Loterias, Roberto Derziê de Sant’Anna, de Governo, Antonio Carlos Ferreira, Corporativo, e José Henrique Marques da Crus, de Clientes, Negócios e Transformação Digital.


Antônio Carlos Ferreira, que operava diretamente com o deputado cassado Eduardo Cunha, condenado pela Operação Lava Jato e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Assim que assumiu, Ferreira recebeu três condições de Eduardo Cunha para permanecer no cargo.

Os documentos do MPF também mostram uma relação entre o executivo e a JBS. Aos investigadores, ele disse que foi orientado por Occhi a se reunir com Joesley Batista sobre um linha de operação de crédito. Ferreira se reuniu com Joesley oito dias após a delação da JBS.

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Outra vice-presidente da estatal que está na mira das investigações é Deusdina dos Reis Pereira, da Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias. Deusdina trabalhou diretamente com Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa e responsável por repassar informações privilegiadas ao doleiro Lúcio Funaro, Eduardo Cunha e empresas como BR VIAS (Grupo Constantino) e SEARA (Grupo JBS).

Há também mensagens que revelam suposta doação de campanha no valor de R$ 20 mil feita por Deusdina para Tadeu Filipelli (PMDB), ex-vice-governador do Distrito Federal e assessor de Michel Temer. Deusdina mantinha uma planilha com nomes de políticos, principalmente ministros e governadores.

Roberto Sant’Anna, vice-presidente de Operação Corporativas, também foi citado no documento do MPF. Ele intermediava os interesses de Henrique Constatino, sócio da Gol Linhas Aéreas e investigado na Operação Sépsis e Cui Bono, dentro da CEF. A situação foi revelada em uma troca de mensagens entre Eduardo Cunha e Geddel Vieira de Lima.

Sant'Anna foi citado por Joesley Batista como integrante do grupo criminoso de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha. Também recebia pagamentos indevidos. O vice-presidente também tinha uma relação próxima com o ministro Moreira Franco.

Já o vice-presidente de Redes do banco, José Henrique Marques da Cruz, é acusado de manter relações com Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha, que estavam interessados nas operações Marfrig/ SEARA e J&F. Cruz teria sido pressionado para que assinasse documentos referente à operação do grupo dos irmãos Batista.

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