Toffoli vota contra reconhecimento do direito ao esquecimento
Julgamento deverá ser retomado na quarta-feira (17) e mais nove ministros ainda devem votar
Brasil|Da Agência Brasil
![O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/XP47ZHU7YVJQ7A52CL3PZUQVWI.jpg?auth=d02ac8efbf1aa6c146605d0e015ca6ef2cb658e20eff73a46ac50a7edab046af&width=1170&height=700)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli votou nesta quarta-feira (4) contra o reconhecimento do direito ao esquecimento. A questão trata do uso da imagem de pessoas envolvidas em casos de grande repercussão em programas de televisão. Toffoli é o relator do caso.
A Corte começou a julgar o recurso da família de Aída Curi, uma jovem que foi assassinada após uma tentativa de estupro, em 1958, no Rio de Janeiro. O caso foi lembrado pelo programa Linha Direta, da TV Globo, em 2004.
Os parentes de Aida pedem o pagamento de danos morais pelo uso da imagem da vítima no programa e defendem o direito ao esquecimento do caso. Segundo a defesa, a reconstituição da morte provocou sofrimento aos parentes.
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No entendimento de Toffoli, o pretenso direito ao esquecimento não é compatível com a Constituição. Segundo o ministro, a liberdade de expressão não perde seu valor ao longo do tempo.
No caso específico de Aída, o ministro disse que o Linha Direta cumpriu seu papel jornalístico e não denegriu a imagem da vítima. Para Toffoli, o programa promoveu questionamentos sociais e jurídicos sobre o assassinato.
“É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meio de comunicação social análogos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade”, afirmou.
Após o voto do relator, o julgamento foi suspenso e será retomado na quarta-feira (17). Mais nove ministros devem votar.