Wilson Witzel abandona CPI durante perguntas de governista
Eduardo Girão citava detalhes das acusações de corrupção no Rio de Janeiro quando ex-governador pediu para se retirar
Brasil|Do R7
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deixou a sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira (16) inesperadamente, no meio do interrogatório do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
Quando Girão citava denúncias de corrupção durante sua gestão, o senador foi interrompido pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que informou que Witzel, valendo-se do direito que o STF (Superior Tribunal Federal) lhe garantiu, de ficar calado ou se ausentar do depoimento.
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Girão citava denúncias de superfaturamento na compra de respiradores durante a pandemia e irregularidades na construção de hospitais de campanha.
Pouco antes, Witzel havia discutido asperamente com outro governista, o senador Jorginho Mello (PL-SC). O parlamentar afirmou que o ex-governador, um ex-juiz federal, é uma vergonha ao Judiciário brasileiro por ter se aproveitado do cargo executivo para praticar corrupção.
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Jorginho disse que Witzel se fazia de santo na comissão, e se dizia perseguido pela Justiça. O ex-governador declarou que no futuro se veria que ele foi vítima de um Ministério Público que inventou fatos para prejudicá-lo.
Após a sessão, Witzel afirmou à imprensa que decidiu deixar a CPI da Covid após o início das ofensas feitas pelos senadores governistas.
Em oitiva tensa, o ex-governador também discutiu com Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
As denúncias contra Witzel levaram o TEM (Tribunal Especial Misto) a decretar seu impeachment em abril de 2021. Pela mesma razão, ele estava fora do cargo desde agosto do ano passado.