Brasília Hacker afirma que Bolsonaro prometeu indulto para que ele assumisse grampo em Moraes 

Hacker afirma que Bolsonaro prometeu indulto para que ele assumisse grampo em Moraes 

Ainda segundo Walter Delgatti, o ex-presidente garantiu proteção em caso de uma eventual prisão

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

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Delgatti fez afirmação à CPMI do 8 de Janeiro

Walter Delgatti fez afirmação à CPMI do 8 de Janeiro

Bruno Spada/Câmara dos Deputados - 17.08.23

O hacker Walter Delgatti afirmou nesta quinta-feira (17) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu indulto a ele para assumir um suposto grampo feito por agentes estrangeiros ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Delgatti está preso desde o início de agosto, depois de ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal.

Delgatti disse ter concordado em assumir o grampo por ser uma “proposta do presidente da República” e que poderia pôr em xeque a credibilidade de Moraes com o objetivo de anular as eleições. O ex-presidente ainda teria pedido ao hacker que ele ficasse “tranquilo”. “Caso um juiz mande te prender, eu mando prender o juiz”, teria afirmado Bolsonaro.

O R7 entrou em contato com a defesa de Bolsonaro que afirmou que entrará com uma queixa-crime contra Delgatti por mentir. Nas redes sociais, o advogado do ex-presidente negou a existência do grampo ou "qualquer atividade ilegal". "Mente e mente e mente", completou.

Por meio de nota, a defesa de Carla Zambelli (PL-SP) diz que ainda não teve acesso aos autos da investigação e que, assim que possível, se manifestará de forma mais ampla. "A defesa da deputada Carla Zambelli novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti", completa a nota.

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O hacker tem o direito de ficar em "silêncio" após uma decisão do ministro do STF Edson Fachin, mas está respondendo aos questionamentos dos parlamentares. "O direito ao silêncio confere à pessoa, independente se investigada ou testemunha, que comparece perante qualquer dos Poderes públicos a prerrogativa de não responder a perguntas cujas respostas, em seu entender, possam incriminá-la”, afirmou Fachin.

A convocação do hacker à CPMI foi um pedido da ala governista e foi aprovado um dia depois de sua prisão. A base do governo afirma que Delgatti tem "envolvimento na promoção dos atos criminosos contra a democracia e as instituições públicas brasileiras”. Por se tratar de uma convocação, Delgatti é obrigado a comparecer à comissão.

O depoimento dele à CPMI ocorreria na semana passada, mas foi adiado. Preso desde o início do mês, ele prestou esclarecimentos à Polícia Federal nesta quarta (16). Durante o depoimento, afirmou que recebeu quantias em dinheiro da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que supostamente queria que ele "invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça" com o objetivo de demonstrar uma possível fragilidade do sistema judicial.

Ele foi detido por suspeita de invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O hacker depôs na PF sobre a suposta tentativa de inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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