À PF, ex-chefe de órgão do TSE nega vazamento de mensagens do gabinete de Moraes
Depoimento diz respeito aos vazamentos de mensagens sobre ações extraoficiais do ministro Alexandre de Moraes
O ex-chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro negou, nesta quinta-feira (22), à Polícia Federal, que tenha negociado mensagens e que tenha as vazado. Tagliaferro ainda disse que quando ele foi preso por violência doméstica e teve o celular apreendido, em 2023, só o recebeu seis dias depois e que o aparelho estava “corrompido” e não estava lacrado. O depoimento diz respeito aos vazamentos de mensagens publicadas pela imprensa sobre ações extraoficiais do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
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Segundo matéria veiculada na imprensa, mensagens de Moraes sugerem que ele teria supostamente usado o TSE “fora do rito” para investigar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro teria solicitado a produção de relatórios que embasassem as decisões.
Em 2023, Tagliaferro foi exonerado após ter sido preso em flagrante, em São Paulo, por violência doméstica. Na época, a Polícia Civil informou que Tagliaferro chegou em casa alterado e ameaçou a mulher. Os dois se desentenderam, e ele chegou a disparar um tiro durante a discussão.
Ainda segundo a Polícia Civil, a mulher correu em direção à garagem com as filhas em busca de proteção. A vítima solicitou medidas protetivas de urgência, que estão sob análise do Poder Judiciário. A arma usada por Tagliaferro foi apreendida. O caso foi registrado como violência doméstica, disparo de arma de fogo e ameaça.
Após a publicação das mensagens vazadas pelo jornal Folha de S. Paulo, Moraes afirmou que agiu dentro da normalidade em investigações relatadas por ele na Corte e que não houve irregularidade nos procedimentos adotados por ele ao acionar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fazer solicitações judiciais.
“Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, não me preocupa. Não me preocupa. Todos os procedimentos foram realizados no âmbito de investigações já existentes. No curso desses inquéritos, várias vezes surgia que aqueles investigados estavam reiterando as condutas ilícitas: incitação a atentados, golpe de Estado, discursos de ódio, ameaças de morte. Sabemos que faltou nas eleições de 2018 a necessidade de preservação de conteúdo. Procedimento normal e investigativo”, disse o ministro.