Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

À PF, Wassef diz que recomprou relógio de luxo a pedido de advogado de Bolsonaro

Segundo fontes, informações dariam conta de que advogado teria mentido em depoimento; Wajngarten nega as informações

Brasília|Natália Martins, da Record

Frederick Wassef prestou depoimento à PF
Frederick Wassef prestou depoimento à PF

Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Frederick Wassef afirmou que Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência e atual advogado e assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o responsável por pedir a ele que recomprasse nos Estados Unidos o relógio Rolex dado ao ex-presidente durante viagem oficial. Procurado pelo R7, Wajngarten negou as informações.

De acordo com fontes da PF, os investigadores colheram provas de que Wassef teria mentido no depoimento. A corporação tem em mãos informações que dão conta de que teria sido Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que renegociou a compra e mandou Wassef aos EUA.

Wassef foi aos Estados Unidos recomprar um relógio Rolex vendido no país para entregar o artigo de luxo ao Tribunal de Contas da União (TCU). A movimentação se deu depois de o órgão entender que o presente recebido não pertence à autoridade que exercia o cargo, mas à União.

Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp


Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp

Compartilhe esta notícia pelo Telegram


Assine a newsletter R7 em Ponto

O relógio foi um presente dado por autoridades sauditas a Bolsonaro durante viagem oficial em 2019. Quem conseguiu fechar o negócio foi Mauro Cid. O Rolex e outro relógio de luxo da marca Patek Philippe foram vendidos por US$ 68 mil. Segundo as investigações, Cid estava no esquema de vendas e era o responsável por negociar joias e outros bens recebidos pelo ex-presidente.


O pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ocupava o cargo ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Foi em uma conta vinculada a Cid que o montante de US$ 68 mil foi depositado. Em consulta ao site do Banco Central, esse valor correspondia, na data do pagamento, a R$ 346.983,60.

Leia também

O Rolex recuperado por Wassef em 14 de março de 2023 pertencia a um conjunto de joias chamado pela PF de "Kit Ouro Branco". Nele, também havia um anel, abotoaduras, um rosário islâmico. O restante dos itens só foi recuperado por Mauro Cid em 27 de março, quando ele embarcou para os Estados Unidos num bate-volta.

Em 4 de abril de 2023, o kit, já completo, foi entregue à Caixa Econômica Federal. Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para autorizar as buscas e apreensões, o magistrado ressalta que "há robustos elementos de prova no sentido de que os bens extraviados, provavelmente com o uso do avião presidencial, foram objeto de verdadeira operação de resgate, com o objetivo de esconder o fato de que haviam sido alienados".

Após Wajngarten negar as acusações, Wassef divulgou uma nota em que o critica. "Wajngarten se tornou um alvo e está sendo investigado criminalmente pela Polícia Federal, muito antes de eu prestar meu depoimento no dia 31 de agosto, quando fui convocado. Isso ocorreu após a apreensão de meus celulares pela Polícia Federal em 17 de agosto. Não foi coincidência, mas sim uma consequência direta. Sabedor do conteúdo de meus celulares, Fábio Wajngarten tem manipulado e cooptado jornalistas, sendo fonte deles, vazando informações e encomendando matérias com fatos falsos inventados por ele, tudo para criar uma narrativa que o favoreça, tentando enganar o público e as autoridades."

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.