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A uma semana do julgamento do ‘núcleo crucial’ da tentativa de golpe, veja o que está em jogo

Ex-presidente Bolsonaro e sete aliados são acusados por crimes cujas penas podem ultrapassar 40 anos de prisão

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado começará em 2 de setembro no STF.
  • Acusações incluem tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
  • Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto devido ao descumprimento de medidas cautelares.
  • Sentença pode resultar em penas superiores a 40 anos, dependendo da participação de cada réu nos crimes.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O caso envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados próximos
O caso envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados próximos Lula Marques/Agência Brasil - Arquivo

A uma semana para o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados na ação que apura a trama golpista, o STF (Supremo Tribunal Federal) concentra esforços para evitar o adiamento do caso.

Os réus do grupo — conhecido como o “núcleo crucial” da trama golpista — são acusados de tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023 e respondem por crimes cujas penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.


O julgamento será na Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria do ministro Alexandre de Moraes. As sessões começam em 2 de setembro, mas o colegiado também reservou os dias 3, 9, 10 e 12 de setembro para julgar o caso.

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Quem são os réus do núcleo 1

O núcleo 1 reúne oito réus considerados peças-chave na tentativa de golpe de Estado:


Eles são acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.

No caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), porém, a lista é menor. Por decisão do STF, atendendo a um pedido da Câmara dos Deputados, dois crimes foram retirados da análise. Assim, Ramagem responde apenas por organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.


As penas previstas variam de acordo com cada crime:

  • Tentativa de golpe de Estado: 4 a 12 anos
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 a 8 anos
  • Organização criminosa armada: 3 a 8 anos
  • Dano qualificado ao patrimônio da União: 6 meses a 3 anos
  • Deterioração de patrimônio tombado: 1 a 3 anos

Considerando a soma máxima das penas atribuídas a cada crime, um réu poderia, teoricamente, ser condenado a até 43 anos de prisão, caso os ministros entendam que ele participou de todas as condutas criminosas imputadas.


Essa contagem é teórica e dependerá da decisão do STF sobre a participação individual de cada réu e da forma de cumulação das penas.

Como será o julgamento

O julgamento terá início com a leitura do relatório por Moraes. Em seguida, cada advogado dos oito réus terá uma hora de sustentação oral, enquanto a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá duas horas para apresentar seus argumentos.

Nos primeiros dias, a expectativa é que Moraes não vote imediatamente. O ministro deve ler o voto apenas a partir do dia 9 de setembro. Antes de deliberar sobre o mérito, os ministros analisarão questões processuais preliminares, como alegações de incompetência ou suspeição.

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Só após a decisão sobre essas questões é que o colegiado entrará no mérito da ação, que definirá se os réus serão condenados ou absolvidos.

Durante o julgamento, os ministros da Primeira Turma votarão individualmente, e a decisão final será tomada por maioria. Mesmo após a votação, ainda será possível apresentar recursos dentro do próprio STF, garantindo o direito de ampla defesa dos réus.

Prisão domiciliar de Bolsonaro não interfere no julgamento

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, determinada por Moraes. A medida foi decretada após o descumprimento de medidas cautelares impostas pelo STF.

A decisão foi tomada ao longo da investigação sobre a atuação no exterior de um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, para tentar impor sanções contra integrantes do STF, da PGR e da Polícia Federal.

Bolsonaro também foi um dos alvos da investigação. Ele teria ajudado Eduardo para, segundo a PF, atrapalhar o andamento da ação penal do golpe.

Por causa disso, na semana passada Bolsonaro e Eduardo foram indiciados pela corporação. No relatório final da investigação, a PF informou ver indícios dos crimes de coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A prisão domiciliar foi aplicada após Bolsonaro violar restrições que já estavam em vigor, como a proibição de usar redes sociais, mesmo que de forma indireta. Em agosto, ele participou, via chamada de vídeo, de manifestações criticando o Poder Judiciário.

Para Moraes, a atitude configurou a continuação de práticas ilícitas e deixou claro que o ex-presidente tentava manter a mobilização de apoiadores contra o Supremo.

No despacho, Moraes reforçou que a Justiça brasileira “não é tola” e advertiu que qualquer réu que descumpra medidas cautelares deve sofrer as consequências legais. Dessa forma, Bolsonaro passou a cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica e restrição de deslocamentos.

Apesar do peso político dessa decisão, a medida não interfere no julgamento da ação do golpe, que trata especificamente da articulação golpista e seguirá seu curso normal, independentemente da situação cautelar do ex-presidente.

Caso seja condenado, por ter mais de 70 anos, Bolsonaro pode ter a pena diminuída, como prevê o artigo 115 do Código Penal. Outra possibilidade, no caso de condenação, é que a defesa entre com um pedido de prisão domiciliar em razão da saúde ou por questões humanitárias.

Perguntas e Respostas

 

Qual é o contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados?

 

A uma semana do início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, o STF (Supremo Tribunal Federal) está se esforçando para evitar o adiamento do caso. Os réus são acusados de tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.

 

Quem são os réus e quais crimes estão sendo imputados a eles?

 

Os réus, conhecidos como o "núcleo crucial" da trama golpista, enfrentam acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado. O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) tem uma lista de crimes menor, respondendo apenas por organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

 

Como será o andamento do julgamento?

 

O julgamento ocorrerá na Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, com relatoria do ministro Alexandre de Moraes. As sessões começam em 2 de setembro, com dias reservados para o julgamento nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro. O processo começará com a leitura do relatório por Moraes, seguida de sustentações orais dos advogados dos réus e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Quais são as expectativas em relação às decisões do STF durante o julgamento?

 

Nos primeiros dias, espera-se que o ministro Moraes não vote imediatamente. Ele deve apresentar seu voto a partir do dia 9 de setembro. Antes de deliberar sobre o mérito, os ministros analisarão questões processuais preliminares. A decisão final será tomada por maioria, e ainda será possível apresentar recursos dentro do STF após a votação.

 

Qual é a situação atual de Jair Bolsonaro em relação à prisão?

 

Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, determinada por Moraes, após descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. A decisão foi tomada durante a investigação sobre a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que tentou impor sanções contra integrantes do STF, da PGR e da Polícia Federal.

 

Quais foram as razões para a prisão domiciliar de Bolsonaro?

 

A prisão domiciliar foi aplicada após Bolsonaro violar restrições, como a proibição de usar redes sociais. Ele participou de manifestações via vídeo, criticando o Poder Judiciário, o que foi considerado por Moraes como uma continuação de práticas ilícitas.

 

Como a prisão domiciliar de Bolsonaro afeta o julgamento da ação do golpe?

 

A prisão domiciliar não interfere no julgamento da ação do golpe, que seguirá seu curso normal, independentemente da situação cautelar do ex-presidente. Caso seja condenado, Bolsonaro, por ter mais de 70 anos, pode ter a pena diminuída, ou a defesa pode solicitar prisão domiciliar por questões de saúde ou humanitárias.

 

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