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Mercosul e União Europeia podem concluir acordo até meados de fevereiro, diz Mauro Vieira

Ministro das Relações Exteriores falou da expectativa durante a Cúpula de Chefes do Mercosul e Estados Associados nesta quinta

Brasília|Laísa Lopes, do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado

Ministro espera que acordo seja concluído até fevereiro
Ministro espera que acordo seja concluído até fevereiro Ministro espera que acordo seja concluído até fevereiro

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que há uma "janela de oportunidade" para concluir o acordo entre a União Europeia e o Mercosul até meados de fevereiro do próximo ano. A declaração foi dada nesta quinta-feira (7) durante a Cúpula de Chefes do Mercosul e Estados Associados, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Mais cedo, no mesmo evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar otimista com o acordo e que não vai desistir das negociações, que estão em fase final. "Estou muito otimista e eu, sinceramente, tenho como lema não desistir nunca, porque não existe nada que seja impossível a gente concretizar, mesmo essa tentativa de acordo com a União Europeia, [que] está durando 23 anos, mas a gente tem que continuar tentando", disse Lula.

Na sequência, o presidente contou que se reuniu com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, atual presidente da União Europeia, para tratar do acordo e classificou o atual texto da resolução como mais equilibrado, porém ainda insuficiente.

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"As resistências da Europa ainda são muito grandes. Eu estranho a falta de flexibilidade deles de entender que nós temos ainda muita coisa para crescer, temos o dever de nos industrializar e que nós só precisamos de flexibilidade, de eles comprarem alguma coisa nossa com maior valor agregado. Mas eles ainda não estão sensíveis para isso", afirmou.

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O período do Brasil no comando do Mercosul acabou nesta quinta-feira (7). O país ocupou a presidência temporária durante o segundo semestre de 2023. O bloco econômico é formado também por Argentina, Uruguai e Paraguai, que assumiu a liderança do grupo durante a cerimônia no Rio.

Acordo

Uma das questões apresentadas pela União Europeia está relacionada às compras governamentais. O bloco quer que o Mercosul autorize as empresas da Europa a participar, em condição de igualdade, de licitações em países sul-americanos, e vice-versa. Essas compras envolvem a aquisição de bens, a execução de obras e afins.

Na visão do governo brasileiro, a medida pode prejudicar a indústria nacional, uma vez que o Executivo adquire produtos de diversas áreas, como saúde e agricultura. Em uma eventual participação de países europeus nas licitações, o Brasil poderia ter a produção interna prejudicada ou não suficientemente estimulada. A contraproposta pede a revisão de condições estabelecidas para essa categoria.

Há entraves também nas questões ambientais. Os países da Europa querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vai resultar no aumento de destruição ambiental no Brasil e nas demais nações do Mercosul. Em contrapartida, o Brasil é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções, ou seja, de que ambos os lados sejam penalizados da mesma forma em caso de descumprimento.

Se concluído, o tratado vai formar uma das maiores áreas de livre-comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, cerca de 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. Se as normas do acordo entre o Mercosul e a União Europeia já valessem em 2022, cerca de R$ 13 bilhões em exportações brasileiras para o bloco teriam sido negociados sem o pagamento de imposto, segundo uma estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Com o tratado, em torno de 95% de todos os bens industriais terão o imposto de importação para entrar no mercado europeu zerado em até dez anos, sendo que mais da metade desses produtos — quase 3.000 — terá o benefício imediato na entrada em vigor do acordo, diz a confederação.

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