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R7 Brasília

Advogado de Bolsonaro e pai de Mauro Cid entram na mira da CPMI do 8/1 com pedidos de convocação

Membros querem saber se há relação entre financiamento dos atos e o esquema ilegal de venda de joias investigado pela PF

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília


Reunião da CPMI do 8 de Janeiro
Reunião da CPMI do 8 de Janeiro

Membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro pediram a convocação de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e do general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Os dois foram alvos da operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro da Polícia Federal ligada ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de governos estrangeiros. O colegiado quer entender se há relação entre o esquema de venda ilegal dos presentes e financiamentos aos atos extremistas. 

Os autores dos novos requerimentos são os deputados Duarte Júnior (PSB-MA), Henrique Vieira (Psol-RJ), Rogério Correia (PT-MG), e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Além das convocações, há pedido de quebra de sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário de Wassef entre 1º de janeiro de 2021 a 11 de agosto de 2023. A justificativa é a "suspeitas de financiamento e de colaboração em relação aos eventos golpistas do dia 8 de Janeiro – uma vez que há a venda indevida de presentes destinados à presidência da República". 

Anteriormente, a comissão já havia protocolado pedidos de quebras de sigilo mirando Lourena Cid, mas os documentos ainda não foram votados. Com as novas revelações a partir das investigações da PF, cresce o interesse na CPMI na aprovação destas quebras e convocações, ainda que não haja uma data para colocá-las na pauta. 

A própria relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), já disse que quer investigar se há relação entre os envolvidos no esquema das vendas ilegais e os financiadores dos atos extremistas do 8 de Janeiro e adiantou a possibilidade de convocar os alvos da operação da Polícia Federal, sem citar nomes.


"O mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nos traz a necessidade de apurar se existe uma relação entre a venda fraudulenta de produtos luxuosos por agentes públicos e os financiadores dos atos do 8 de Janeiro", afirma Eliziane.

Os investigados são suspeitos de ter vendido joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".


As quantias obtidas com essas operações, ainda segundo a investigação, "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores".

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As apurações indicam que o advogado Frederick Wassef foi aos Estados Unidos recomprar um relógio Rolex vendido no país para entregar o artigo de luxo ao Tribunal de Contas da União (TCU). A movimentação se deu depois que o órgão entendeu que o presente recebido não pertence à autoridade que exercia o cargo, mas à União. Wassef nega envolvimento no caso de joias e alega sofrer "campanha de fake news e acusações". 

Leia mais: Advogado da família Bolsonaro nega envolvimento no caso de joias

Já Lourena Cid teria atuado nas negociações das vendas. Além da proximidade com a família do ex-presidente, o general ocupou importantes cargos no Exército Brasileiro antes de ser transferido para a reserva, em 2019. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à CPMI do 8 de Janeiro informa que ele e a esposa movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses.

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