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Advogados de Brasília processam Monark por fala sobre nazismo

Juristas pedem que apresentador seja condenado a pagar indenização e a se retratar de comentário feito no 'Flow Podcast'

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

O apresentador de podcast Bruno Aiub, conhecido como Monark
O apresentador de podcast Bruno Aiub, conhecido como Monark

Três advogados do Distrito Federal ingressaram com uma ação por danos morais contra o apresentador Bruno Aiub, o Monark, em razão de comentário sobre o nazismo feito por ele no Flow Podcast. Os juristas pedem que o youtuber seja condenado a pagar indenização no valor de R$ 50 mil, por danos morais, e a se retratar da declaração.

Durante o programa, Monark defendeu a legalidade da criação de um partido nazista no Brasil. "Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei", disse o apresentador. O episódio ocorreu em um dos programas que contaram com a participação dos deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

A ação foi apresentada pelos advogados no TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) nesta terça-feira (15). Assinam a ação os advogados Luciano Frazão, que é judeu, André Luiz Figueira Cardoso, que é negro, e José Jance Marques Grangeiro, que é gay e que atua em causas que envolvem direitos humanos. Uma das intenções é representar grupos historicamente perseguidos pelo regime nazista.

Depois que o podcast foi ao ar, pelas redes sociais, Monark negou ter defendido ideais nazistas. "Eu posso ter errado na forma como eu me expressei, mas o que estão fazendo comigo é um linchamento desumano. Reitero que nunca apoiei a ideologia nazista e que a considero repugnante. A ideia defendida é que eu prefiro que o inimigo se revele do que fique nas sombras", disse.


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No processo, os advogados representam judeus da Sinagoga Keter Torah Brasília, localizada em Taguatinga (DF). Segundo o texto da ação, há a necessidade de punição para que episódios do tipo não se repitam. "Portanto, a situação em tela extrapola e muito o contexto de um mero aborrecimento cotidiano. Merece ser punido com rigor. Trata-se de situação grave que configura dano moral e que deve ser enfrentada severamente para evitar a reiteração e a reprodução da conduta", destaca parte do texto.

Ao R7, o advogado André Luiz Figueira afirma que a ação foi movida porque o comentário representa violação da dignidade da pessoa humana, com punições previstas no Código Civil. "Se a gente legitima isso, todos poderão ser atacados. Jornalistas, advogados, judeus, homossexuais, negros. O discurso pode motivar ataques físicos, inclusive. O nazismo prega a aniquilação física dos seus oponentes", afirma.

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