Afastado, Ibaneis diz respeitar determinação do STF: 'Vou aguardar com serenidade a decisão'
O governador afastado publicou uma nota em que declara ter colocado o GDF à disposição para atuar contra a invasão
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez o primeiro pronunciamento público, nesta segunda-feira (9), após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastá-lo do cargo por 90 dias. Pelas redes sociais, ele publicou uma nota em que afirma que vai aguardar "com serenidade" o processo que apura as responsabilidades no âmbito da invasão a prédios públicos em Brasília por grupos extremistas.
"Respeito a decisão do Ministro Alexandre de Moraes, mas reitero minha fé na Justiça e nas instituições democráticas", escreveu Ibaneis. Apesar de sinalizar que não vai recorrer da decisão, o político declarou que houve "a inteira disposição do Governo do Distrito Federal no sentido de evitar todo e qualquer ato que atentasse contra o patrimônio público".
Além do mais veemente repúdio às cenas de barbarismo amplamente divulgadas%2C necessário se faz buscar%2C sim%2C a responsabilização de toda a rede que possa existir de financiamento de atos antidemocráticos%2C observando-se%2C por óbvio%2C o devido processo legal.
Na mensagem, o governador afastado lembrou atuações passadas e citou a tentativa de invasão aos prédios do Supremo e do Congresso em maio de 2020, que culminou na prisão de manifestantes. Antes do afastamento, Ibaneis chegou a postar um vídeo em que pedia desculpas ao governo federal.
O afastamento de Ibaneis foi determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A decisão foi divulgada por volta de 0h desta segunda-feira (9), horas após manifestantes terem invadido as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e provocado diversos atos de vandalismo.
"Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos", diz Moraes. Na mesma decisão, o magistrado deu às forças de segurança 24 horas para que desmobilizassem o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército.
Todos os manifestantes foram retirados do local na manhã desta segunda-feira (9). "Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem. Todas as barracas serão retiradas. A área foi retomada e não será permitida a volta de 'manifestantes'. Todos os elementos foram encaminhados para a PF. A lei será cumprida", declarou Ricardo Cappelli, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como interventor na segurança no GDF.