Alcione celebra parceria inédita no funk: ‘Se faz bem aos ouvidos, está tudo certo’
Com 50 Anos de Carreira, a sambista lança seu primeiro funk MTG em parceria com os DJ’s Kneip e Igor Kelner
Brasília|Laísa Lopes, da RECORD
Na última sexta-feira (2) a cantora Alcione lançou o primeiro funk em 50 anos de carreira. Trata-se de um remix da música “Você Me Vira A Cabeça (Me Tira do Sério) – MTG”. A nova versão do clássico foi criada pelos DJs brasileiros Kneip e Igor Kelner. A sambista, que se apresentou em Brasília no dia do lançamento da música, disse à RECORD que aprende com cada lançamento da carreira.
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“Há 50 anos eu venho batendo perna por esse Brasil e aprendo sempre com os artistas novos que estão chegando, aprendo com a velha guarda, de tudo eu procuro tirar um aprendizado. E desde que seja música e faça bem aos ouvidos, para mim está tudo certo”, celebra.
Nas redes sociais, Davi Kneip comemorou a parceria inédita feita em MTG. “Estou realizando um sonho. O primeiro da história da música brasileira a lançar um funk com Alcione. Fico muito feliz em fazer parte desse lindo projeto junto ao Kelner. Estamos abrindo uma porta gigante para o nosso gênero musical com uma referência imensa da música brasileira.”
Os MTG’s, abreviação para “montagem”, têm se tornado um ritmo viral e comum entre DJs. Esse estilo envolve a criação de colagens musicais, que combinam diferentes músicas ou sons, incluindo batidas inéditas e efeitos sonoros. Embora tenha ganhado popularidade recentemente, o ritmo não é uma novidade. Desde a década de 1990, as montagens fazem sucesso nos bailes funks do Rio de Janeiro.
Clássicos marcaram show da sambista
Comemorando 50 anos de carreira com shows em todo o país, Alcione fez uma parada na capital federal na última sexta-feira (2), durante o festival Na Praia. A cantora, que mesmo se apresentando sentada devido à idade de 76 anos, animou o público com as clássicas ‘Não Deixe o Samba Morrer’, ‘Juízo Final’, ‘Meu Ébano’, ‘A Loba’ e ‘Você Me Vira a Cabeça’.
No meio do público, com um pandeiro na mão, estava o advogado José Gerônimo. Ele revelou já ter ido a diversos shows da cantora, além de ser apaixonado pelo samba. “Ela sempre leva o nome da Mangueira [escola de samba] junto e por isso eu trouxe o pandeiro. Sou nordestino e não poderia deixar de vir prestigiar ela que carrega uma enorme multiplicidade cultural.”
Assistindo ao show de Alcione pela primeira vez, o vigilante Jacobe estava na grade do festival, atento a cada canção. Para ele, Alcione é um símbolo de representatividade. “Ela é uma voz negra, e todos os cantores pretos que acompanho têm essa potência na voz. Tenho 49 anos e escuto a ‘Marrom’ desde pequeno”, concluiu.