Alunos e funcionários do Aeroclube de Brasília denunciam a escola por atraso na conclusão das aulas práticas de aviação. Segundo os estudantes, pacotes de horas foram vendidas pelo presidente do estabelecimento mas a agenda de voos não está sendo cumprida.
Ao R7, alunos afirmaram que as aulas vêm sendo desmarcadas sob a alegação de manutenção das aeronaves e feriados. Em alguns casos, os pilotos dizem ter um prejuízo de até R$ 10 mil e cerca de R$ 120 mil dos gastos totais entre os inscritos no programa.
Procurado pela produção da matéria, o presidente do Aeroclube disse em nota que "a Escola está trabalhando para resolver questões pontuais que estão em fase de solução final".
O gestor ainda informou que após a liberação das aeronaves nas oficinas, elas estarão disponíveis para instrução. "Aviões requerem manutenção programada e, eventualmente, requerem importação de peças de reposição, o que exige tempo nesses procedimentos", afirmou.
Marcos Arruda, um dos estudantes prejudicados, afirma ter um saldo de mais de R$ 8 mil em horas de voo, equivalente a 15 aulas, que estavam sendo pagas desde maio deste ano. Segundo ele, nos últimos dez dias, sete horas de instrução foram canceladas.
Aprendizes afirmaram que chegaram a pedir ressarcimento mas não obtiveram resposta. Um dos alunos disse que após a repercussão, o presidente marcou uma reunião com os envolvidos para quinta-feira (1º). Eles disseram que só vão registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil se, desse encontro, não saírem as providências para o cumprimento dos contratos.
Outras denúncias
De acordo com um funcionário que integra o conselho fiscal da escola, o atraso nas aulas se deve à falta de caixa para compra de combustíveis. O colaborador do clube ainda afirmou que o presidente não estaria apresentando os documentos fiscais da compra dos combustíveis e que não saberia a origem deles.
Um dos alunos chegou a comentar sobre a insegurança das aeronaves. "Todo mundo está com medo de voar nos aviões, porque se não tem dinheiro para gasolina, imagina para manutenção", disse.