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R7 Brasília

Anderson Torres disse à PF que nunca questionou ‘a lisura do sistema eleitoral brasileiro’

Ex-ministro da Justiça negou ter concordado com as afirmações do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre fraudes eleitorais

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília


Torres negou ter divulgado
informações falsas
Torres negou ter divulgado informações falsas Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, disse que nunca questionou a “lisura do sistema eleitoral brasileiro”. Afirmação consta em documento liberado nesta sexta-feira (15) pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na ocasião, Torres alegou que não concordava com as afirmações do ex-presidente da República sobre possibilidade de fraudes nas eleições e que seu posicionamento foi apenas para que os ministros presentes na reunião de 5 de junho atuassem no âmbito de suas pastas para que todas as ações ministeriais fossem levadas a conhecimento da população. No encontro ministerial os envolvidos teriam discutido uma suposta tentativa de golpe de estado. 

Torres acrescentou que após ser convidado para uma live com o Bolsonaro, ele solicitou ao gabinete do Ministério que buscasse com órgãos subordinados dados sobre o sistema das urnas e que dentre os documentos levantados, foi encontrado um relatório enviado ao TSE a partir de 2016, em que peritos criminais “recomendavam, dentre outras medidas, a impressão do voto, pois por mais que o sistema fosse seguro, a impressão do voto possibilitaria a sua auditoria”.

Em depoimento, no entanto, ele afirmou que seu pronunciamento foi voltado apenas ao que estava escrito no relatório, e que não utilizou do cargo como ministro para “disseminar suposta fraude no sistema eleitoral”.

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O ex-ministro da Justiça ainda alegou que não foi tratado “na reunião [de 5 de julho de 2022] nada no sentido de uma intervenção militar” e que não acredita que houve “fraude nas eleições ou que houve parcialidade por parte do Poder Judiciário”. Torres ainda alegou que nunca compareceu aos acampamentos de extremistas montados em frente aos Quartéis Generais do Exército em vários pontos do país.

Quebra de sigilo

Nesta sexta-feira (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, levantou o sigilo dos depoimentos de militares e civis no inquérito que investiga uma alegada tentativa de golpe de estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Na época, logo após as eleições, o Ministério da Defesa encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral o relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral e o sistema de votação eletrônico.


O que diz a defesa?

Em nota, a defesa de Anderson Torres reafirmou que ele não participou de qualquer reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e os comandantes militares da época, para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas.

Veja nota na íntegra


"Anderson Torres reafirma não ter participado de qualquer reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro e os comandantes militares da época, para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas.

O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grave equívoco nos depoimentos prestados.

Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de providências necessárias à elucidação do caso.

Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegociável com a democracia."

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