Anderson Torres é notificado sobre processo de demissão da Polícia Federal
O ex-ministro tem dez dias para apresentar defesa, mas considera pedir a anulação do processo, alegando parcialidade em decisão
A defesa do ex-ministro Anderson Torres foi notificada nesta segunda-feira (1º) sobre o resultado do PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que avaliou a conduta do ex-ministro diante dos atos do 8 de Janeiro e recomendou demissão do cargo de delegado da Polícia Federal. Conforme adiantado pela RECORD, o processo foi concluído no dia 25 de junho. A partir dessa notificação, Torres tem dez dias para apresentar a defesa final. À reportagem, os advogados do ex-ministro da Justiça disseram que avaliam apresentar um pedido de anulação do processo.
No documento de 131 páginas, além de recomendar a demissão do cargo de delegado, a comissão também pede o indiciamento do ex-ministro por escândalo ao nome da instituição, omissão e negligência.
O presidente da comissão formada pela Corregedoria para avaliar a conduta de Anderson Torres ouviu diversas testemunhas. Entre elas, o governador do DF, Ibaneis Rocha, o subsecretário de Segurança do DF, Fernando de Sousa Oliveira, que assumiu o lugar de Torres durante sua viagem aos Estados Unidos, o coronel da PMDF, Fábio Vieira, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
A defesa de Torres pode apresentar um pedido de anulação do processo, alegando que o presidente do PAD, delegado Clynton Eustáquio Xavier, não é imparcial. Xavier foi demitido por Torres de um cargo de chefia no Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2021, resultando em uma perda salarial de mais de R$ 13 mil, conforme revelado pela RECORD.
Pelo trâmite normal, após os dez dias que a defesa tem para a última manifestação, a PF envia o relatório final do PAD ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que decide se demite ou não Torres.
Anderson Torres ainda responde a um outro PAD dentro da PF, sobre os pássaros apreendidos na casa dele pelo Ibama. O presidente do PAD também é Clynton Xavier.