Parlamentares da oposição realizaram nesta quinta-feira (29) audiência pública voltada a familiares de condenados pelos atos do 8 de Janeiro. O objetivo foi sinalizar que a bancada articula a aprovação do projeto de lei da anistia.Durante a sessão, termos como liberdade, direitos humanos, família, vulnerabilidade, comorbidades, injustiça e STF (Supremo Tribunal Federal) foram repetidos em diversos momentos. O nome mais citado foi o do ministro Alexandre de Moraes.Na audiência, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que o país atravessa uma guerra ideológica. Ele também criticou a esquerda. “Não iremos destruir a esquerda em uma batalha só. A anistia é uma das batalhas”, disse o parlamentar. “Estou lutando essa causa por uma questão humanitária”, completou.A audiência ocorreu em meio à pressão para o projeto da anistia ser levado ao plenário. O grupo oposicionista adota estratégias de obstrução, manifestações na tribuna e mobilização nas ruas e nas redes sociais para forçar o andamento da proposta.Nos bastidores, parte da própria oposição vê a anistia como uma pauta com poucas chances de avanço, mas necessária para manter a base mobilizada. Esse sentimento se reflete em outras ações, como a aprovação da suspensão da ação penal no STF contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin.A presença de familiares dos presos na audiência desta quinta reforça a cobrança por uma resposta política. Ao todo, 84 pessoas seguem detidas por envolvimento nos ataques aos Três Poderes.Entre os casos mais mencionados, está o de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão”, que morreu de infarto dentro da prisão, em 2023. Viúva e filhas participam com frequência de sessões no Congresso.Os crimes imputados aos participantes dos atos do 8 de Janeiro vão de dano ao patrimônio público à tentativa de abolição do Estado democrático de direito. Parlamentares divergem sobre a real motivação dos envolvidos e sobre o enquadramento jurídico dos atos.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp