Ao vivo: Lula fala sobre preço de alimentos, reforma ministerial e taxa de juros
Em coletiva nesta quinta-feira, presidente deve responder 10 perguntas de jornalistas que acompanham o Planalto
Brasília|Do R7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responde nesta quinta-feira (30) 10 perguntas de jornalistas que acompanham o Planalto. Entre os temas definidos pelos setoristas estão: o reajuste da taxa de juros, medidas para conter a alta do preço dos alimentos e dos combustíveis, além do relacionamento com os congressistas e o novo comando da Câmara e do Senado e a esperada reforma ministerial.
Taxa de juros
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu de forma unânime nessa quarta-feira (29) aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2023. A alta é a quarta consecutiva desde setembro do ano passado. A decisão veio alinhada às expectativas do mercado financeiro, que projetava a elevação dos juros.
Em um comunicado divulgado logo após o fim da reunião, o Copom explicou que a decisão está alinhada com a estratégia de reduzir a inflação para um nível próximo da meta estabelecida pelo comitê para o terceiro trimestre de 2026, que é de 4%. A inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, ressaltou o Copom.
O comitê disse que pode promover uma nova alta de 1 ponto percentual na próxima reunião do colegiado sobre a taxa de juros, o que elevaria a Selic para 14,25% ao ano.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, disse o Copom.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, completou o comitê.
Alimentos
Os alimentos têm enfrentado inflação resistente — observada em 2024 e que deve persistir neste ano. Levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que alimentos e bebidas foram os itens que mais impactaram a inflação de dezembro, o que afetou mais as famílias de baixa renda. O aumento nos preços de carnes, ovos, óleo de soja e café pressionou o orçamento dos mais pobres.
Além disso, passagens de transporte público, incluindo trem e ônibus, também registraram alta. A análise do IPCA, que mede a inflação oficial do país, destaca como o crescimento dos preços é mais severo para quem ganha até R$ 5.304. Esse cenário força as famílias a revisar os gastos e exige que o governo considere medidas econômicas para controlar os aumentos.
Nessa quarta (29), ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou que o governo vai adotar “medidas pontuais” para conter a alta do preço dos alimentos, sem “pirotecnia”. Embora seja uma preocupação do presidente Lula e da equipe federal, o Executivo não deve intervir diretamente para diminuir os valores. Fávaro informou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já informou “que não tem recurso para disponibilizar para redução a curto prazo”.
“As medidas são naturais, não serão medidas heterodoxas. Não dá, não é isso que vai acontecer. O presidente fala toda hora, ‘não vai ter fiscal do Lula’, ‘não vai ter congelamento de preços’. São medidas pontuais, passo a passo, sem nenhum tipo de surpresa, sem nenhuma pirotecnia, que nós vamos tomar estimulando e buscando a estabilidade”, afirmou Fávaro a jornalistas após reunião com Haddad.
Vilões da inflação
No topo do ranking de itens que mais encareceram no ano, estão a tangerina e a laranja lima, com altas de 101,78%, e 86,9%, respectivamente. O grupo frutas, do qual os itens fazem parte, registrou aumento de 16,04%.
Outros responsáveis pela aceleração da inflação nesta categoria foram o abacate (73,38%), laranja pera (66,37%), laranja baía (42,98%) e limão (23,11%).
Reforma ministerial
O presidente Lula prepara uma reforma ministerial, que deve começar após as eleições no Congresso Nacional, marcadas para este sábado (1). Os atuais presidentes das Casas têm boas chances de assumir uma pasta. Dentre as opções para Arthur Lira, estariam os Ministérios da Agricultura ou da Saúde. Para Rodrigo Pacheco, são discutidas as pastas da Justiça ou Indústria e Comércio.