Após ataque de Lira, Pacheco defende Padilha e diz que ministro é ‘competente’
Pacheco ainda disse que ‘se esforça muito’ para ter boa relação com governo; Mais cedo, Lira subiu o tom contra o ministro
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou apoio ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao comentar que tem “afeição” pelo ministro do governo e que o considera competente. O comentário foi feito a jornalistas nesta quinta-feira (11), após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), intensificar as críticas a Padilha, dizendo que ele é um “desafeto pessoal” e “incompetente”, e o acusou de disseminar informações falsas para influenciar o Legislativo.
“Temos que evitar esses problemas, o Brasil já tem muitos problemas e temos que buscar sempre as convergências. Ninguém é perfeito, mas também ninguém é tão mau assim. A gente tem que conviver com as divergências, e eu espero que a relação do Parlamento com o Executivo, — especialmente com essa peça-chave, que é o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, ministro Alexandre Padilha —, possa ser a melhor possível”, disse.
“O que eu posso dizer é que eu me esforço muito para manter uma boa relação com o governo, com o ministro Alexandre Padilha, por quem eu tenho afeição, simpatia, e o considero competente”, finalizou Pacheco.
Lira rompeu com Padilha e não tem falado com o ministro desde o final do ano passado. Ele tem feito críticas recorrentes à comunicação entre o governo e o Congresso para parlamentares próximos.
Mais cedo, em um evento agropecuário em Londrina (PR), Lira intensificou as críticas ao governo e mencionou que Padilha tem plantado informações falsas para tentar interferir no Legislativo.
“É lamentável que integrantes do governo, interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes, fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas que incomodam o parlamento. E, depois, quando o parlamento reage, acham ruim”, afirmou.
O comentário foi em resposta ao questionamento sobre o resultado da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), na noite de quarta-feira (10). Ele é suspeito de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Para Lira, a votação apertada sobre o futuro de Brazão evidencia o desconforto do Legislativo com a interferência do Judiciário, porém negou qualquer articulação para proteger possíveis criminosos.
O placar foi de 277 votos a favor da manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, 129 contra e 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para manter o deputado preso.
“Nós não podemos pré-julgar o deputado [Chiquinho Brazão], que é algo que acontecerá agora no Conselho de Ética e na Justiça. A votação de ontem era para decidir se ele permanecia preso ou seria solto. Isso nada influencia em votações, em base aliada e muito menos em eleição da Câmara, que só vamos tratar a partir de setembro”, completou.