Após caso Ana Hickmann, senadores querem criar CPI para combate à violência doméstica
Comissão Parlamentar de Inquérito deve investigar falhas na rede de proteção da mulher, de acordo com a senadora Damares Alves
Brasília|Do R7, em Brasília
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou nesta terça-feira (5) que articula a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre violência doméstica, com o objetivo de revelar a falha na rede de proteção da mulher no país. O movimento ganhou força após a repercussão do caso da apresentadora Ana Hickmann, que denunciou seu então marido, Alexandre Correa, por agressão física, em 11 de novembro.
"Eu acho que essa CPI vai descortinar muita coisa, inclusive, encontrarmos onde está a falha na rede de proteção da mulher no país. Vai ser um avanço", afirmou a senadora. A articulação para a criação da CPI é feita com os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF).
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As equipes dos parlamentares trabalham no texto do requerimento e ainda não começaram a recolher as assinaturas necessárias para a criação do colegiado. Para ser criada, a CPI precisa do aval de, no mínimo, 27 senadores.
"A entrevista dela [Ana Hickmann, ao Domingo Espetacular] mostrou ao Brasil que violência contra a mulher, como disse a senadora Damares, não tem religião, não tem cor e também agora não tem essa de que só mulher pobre é agredida", disse o senador Jorge Kajuru. Segundo ele, a apresentadora demonstrou interesse em contribuir com a CPI.
As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes de investigação semelhantes aos de autoridades judiciais. Isso significa que elas podem convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos, caso os pedidos tenham o aval da maioria de seus integrantes.
Em entrevista exclusiva ao Domingo Espetacular, da Record, em 26 de novembro (veja no vídeo acima), a apresentadora quebrou o silêncio e falou com detalhes sobre a violência que sofreu na mansão do casal, em Itu (SP). Ela disse que estava tendo uma conversa com o filho sobre mudanças na gestão financeira da família e que Alexandre não teria gostado do assunto, e eles iniciaram uma discussão.
Segundo Ana, Alexandre tentou dar uma cabeçada nela durante a confusão, mas ela conseguiu se desvencilhar do marido, pegou o celular e ficou na cozinha.
Ele só parou quando liguei para a polícia. Ainda bem que existe o 190%2C porque%2C se eu não tivesse ligado%2C ele teria passado aquela janela%2C e eu não sei o que teria acontecido.
Segundo ela, Alexandre sempre teve um temperamento "difícil", "explosivo" e "agressivo". Além das agressões, ela escutava diversos comentários negativos em relação a sua aparência.
No entanto, as constantes brigas entre o casal aumentaram devido a dívidas acumuladas pelo marido, as quais ela desconhecia, por não se envolver com a questão administrativa da empresa da qual eles são sócios.