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R7 Brasília

Após cirurgia, Lula passa por procedimento complementar na cabeça nesta quinta-feira

Segundo médico, nova operação já estava prevista, mas decisão foi feita apenas na quarta; procedimento não é invasivo

Brasília|Do R7

Ferimento na cabeça do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula levou cinco pontos na nuca após queda Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será submetido a um novo procedimento na cabeça nesta quinta-feira (12) em um hospital particular de São Paulo (SP). O objetivo dessa intervenção é complementar a cirurgia que ele fez na terça-feira (10), quando precisou ser operado para conter uma hemorragia intracraniana.

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A necessidade de complementação da cirurgia foi divulgada pela equipe do presidente em boletim médico na tarde dessa quarta (11). “Como parte da programação terapêutica, fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média)”, detalhou o texto (leia mais sobre como é feita esse intervenção no fim da matéria).

Esse novo procedimento deve durar cerca de uma hora. A intervenção é pouco invasiva, segundo os médicos de Lula. A operação está marcada para as 7h, e não será necessária transferência para o centro cirúrgico — o procedimento é feito em uma sala de cateterismo. Apesar de a intervenção ser simples, Lula terá de ser sedado.

O presidente seguiu na UTI durante esta quarta-feira (10), mas recebeu visitas de familiares, caminhou e fez fisioterapia. “Passou o dia bem, sem intercorrências”, completou o boletim médico. Ainda não há previsão de alta hospitalar, mas a expectativa é que o presidente retorne a Brasília no início da próxima semana.


Após a publicação do boletim, o médico do presidente, Roberto Kalil Filho, afirmou que a nova operação já estava prevista desde a cirurgia de terça. Contudo, segundo Kalil, a data para a realização do procedimento só foi definida pela equipe médica nesta quarta, e partiu de Lula a ordem de divulgar à imprensa essa segunda operação.

“Por que não se falou antes? Porque, evidentemente, se esperou uma evolução extremamente boa do presidente para ir à frente com esse procedimento”, explicou Kalil.


Apesar de estar na programação clínica desde a cirurgia de terça, a equipe médica não tinha citado a previsão de um segundo procedimento até a tarde dessa quarta. Segundo Kalil, antes de Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, pedirem a divulgação da nova intervenção, ela só seria informada depois de concluída.

O médico também declarou que o “martelo só foi batido” nesta quarta, porque os médicos esperavam a evolução do petista. Durante o procedimento, será retirado o dreno que está na cabeça do presidente desde a cirurgia de terça. O dreno auxilia no escoamento do sangue que causou a hemorragia.


“É um procedimento relativamente simples e de baixo risco”, reforçou Kalil, ao afirmar que a nova operação não vai aumentar os dias de internação do presidente. “Esse procedimento não atrasa a alta. Ele não fica mais tempo em UTI por causa disso”, completou.

O quadro de Lula decorre da queda sofrida em outubro, em um banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. Na época, o acidente doméstico causou um corte na nuca do presidente, que precisou levar cinco pontos no local. O episódio ocasionou uma hemorragia intracraniana, tratada agora pelas intervenções.

Como é feita a embolização de artéria meníngea média

Segundo o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, especialista em doenças cerebrovasculares, o procedimento ao qual Lula será submetido nesta quinta é feito por cateterismo.

“Não tem incisão, corte, nada. É uma punção que a gente faz para poder chegar até a artéria meníngea média, que é a artéria que normalmente irriga a cápsula responsável pelo sangramento do hematoma que o presidente teve”, explicou.

A equipe médica do presidente informou que a intervenção será feita a partir da artéria femoral, com uma punção na virilha.

“Pode-se usar dois acessos para chegar até a artéria meníngea média. Pode ser via artéria femoral, com uma punção na virilha, ou via artéria radial, com uma punção no braço. Assim, se navega o cateter até a artéria meníngea média. Uma vez dentro dessa artéria, se injetam substâncias para poder fechá-la e, consequentemente, tirar a irrigação da cápsula. Esse procedimento diminui muito a recidiva do hematoma subdural crônico [acumulação de sangue entre as camadas de tecido que revestem o cérebro]”, detalhou Espíndola.

A neurologista da Segmedic Teresa Abrahão destacou que o procedimento é feito com imagens de fluoroscopia (raio-X em tempo real). “É guiado o cateter até a artéria meníngea média, que irriga as meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central. Uma vez posicionado, são injetados agentes embólicos, como microesferas, para bloquear seletivamente o fluxo sanguíneo em áreas específicas. Isso ajuda a controlar sangramentos ativos ou prevenir novos episódios. Todo o processo é monitorado para garantir a segurança e eficácia.”

Segundo Espíndola, esse “é um procedimento muito simples, com um risco muito baixo, bem mais tranquilo do que a drenagem do hematoma à que o Lula foi submetido”. “A recuperação é muito tranquila. Normalmente, o que mais preocupa é o sítio da punção arterial, seja a perna ou o braço. Da parte cerebral, praticamente não tem nenhum sintoma. Não dói, não tem sequelas, não tem nada. É realmente um procedimento muito simples e muito efetivo.”

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