Após críticas de Trump, Gilmar diz que STF enfrenta ‘capítulo inédito de resistência’
Presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e fez críticas ao STF em carta a Lula

Em meio à crise do tarifaço e críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta quinta-feira (10) que “o que se escreve no Brasil hoje é um verdadeiro capítulo inédito na história da resistência democrática”.
Nesta quarta-feira (9), o líder norte-americano anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, com início previsto para 1º de agosto. Em carta enviada a Lula para informar da medida, Trump criticou o STF, classificando ordens judiciais a plataformas de mídia social dos EUA como “secretas e ilegais”.
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Segundo o ministro, “as decisões judiciais e a conformação de direitos fundamentais no Estado democrático de direito são inerentemente responsivas aos riscos factuais de violação da ordem jurídica”.
“O que nenhuma outra democracia contemporânea enfrentou: uma tentativa de golpe de Estado em plena luz do dia, orquestrada e planejada por grupos extremistas que se valeram indevidamente da imunidade irrestrita das redes sociais”, disse.
O ministro ainda afirmou que “nenhum outro parlamento nacional presenciou, atônito, uma campanha colossal de desinformação perpetrada por empresas de tecnologia que, com expedientes de mentiras e narrativas alarmistas, sabotaram o debate democrático sobre modernização dos marcos regulatórios”.
“Nenhuma outra Suprema Corte no mundo sofreu ataques tão virulentos à honra de seus magistrados, incluindo planos de assassinato arquitetados por facções de grupos eleitorais derrotados. Essas singularidades definem o momento histórico da democracia combativa brasileira”, disse.
Antes de Trump adotar as medidas fiscais contra o Brasil, a gestão dele já tinha dado sinais de que estava disposta a aplicar sanções em relação ao STF.
Em maio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou que o país iria restringir a entrada de “funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos”, em recado ao ministro Alexandre de Moraes.
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