Após decisão de Nunes Marques, ex-subsecretária de Inteligência do DF não comparece à CPMI
Interrogatório de Marília de Alencar estava previsto para esta terça (12), mas ministro do STF deu permissão para que ela não fosse
Brasília|Augusto Fernandes, Bruna Lima e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Marília Ferreira de Alencar decidiu não comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira (12) para prestar depoimento. Marília não foi ao colegiado após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques autorizar que ela faltasse.
A decisão do ministro foi tomada na manhã desta terça. Além de permitir que ela não fosse ao colegiado, Nunes Marques tinha definido que, caso Marília optasse por ir à CPMI, ela poderia ficar em silêncio e não assumir o compromisso de falar a verdade em razão da condição de investigada e não de testemunha.
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Marília tinha sido convocada para esclarecer a atuação das forças de segurança do DF no dia das invasões dos prédios dos Três Poderes. Ela era responsável pelo planejamento e pela execução das operações de inteligência da SSP-DF, órgão ao qual compete a produção e a difusão de conhecimentos de ameaças reais ou potenciais, além de ações de prevenção e repressão nos níveis estratégico, tático e operacional.
A ex-subsecretária também foi diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é apontada como a responsável por elaborar um mapa das regiões onde havia a concentração de votos no primeiro turno da eleição de 2022 para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mapa teria sido usado pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso por suspeita de uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado.
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A Secretaria da CPMI confirmou a ausência de Marília. Como havia o planejamento para ouvir, na segunda parte da sessão, a cabo Marcela Pinno, houve o adiantamento desse depoimento. A policial militar atuou no Batalhão de Choque durante as invasões e foi arremessada da cúpula do Congresso por manifestantes no dia dos atos de vandalismo.