A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, retorna ao Brasil no fim desta semana, depois de ter ficado os últimos dias em Portugal participando de um fórum jurídico em Lisboa, para finalizar a passagem dela à frente da pasta. A demissão da ministra, que foi acertada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há pelo menos duas semanas, tem demorado a ser oficializada, mas o chefe do Executivo deve bater o martelo no início de julho.
Mesmo depois de decidir que Daniela sairia do governo, Lula deu um tempo de “sobrevida” à ministra devido à boa relação pessoal que tem com ela. As recentes viagens do presidente à Itália e à França, bem como a ida de Daniela a Portugal, postergaram a confirmação da demissão. A ideia de Lula foi permitir que a ministra tivesse uma espécie de saída honrosa da gestão dele.
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Durante a participação no fórum organizado em Lisboa, Daniela comentou a situação dela no Ministério do Turismo e adotou um tom de despedida. Ela prometeu apoiar Lula mesmo fora do governo e disse que vai ser uma fiel escudeira do presidente assim que voltar à Câmara dos Deputados. “A hora que o presidente chamar para conversar, eu estou aqui à disposição, estou aqui para servir o Brasil, servir o presidente Lula, através da indicação dele”, afirmou ela.
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A ministra vai deixar o cargo após ter gerado um mal-estar com o União Brasil, partido ao qual é filiada atualmente. Em abril, no entanto, ela anunciou que deixaria a legenda, e desde então o União Brasil tem cobrado Lula a tirar Daniela para acomodar outro político do partido.
Líderes do União Brasil dizem que Daniela já não representa mais a legenda. Além disso, dirigentes do partido afirmam que uma eventual continuidade dela no cargo não vai fazer com que o União Brasil apoie Lula em votações no Congresso Nacional.
Daniela vai ser substituída pelo deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). O parlamentar tem amplo apoio do partido, sobretudo da bancada da Câmara, que conta com 59 parlamentares. Mesmo com a demora de Lula em confirmar a demissão de Daniela, Sabino vem se preparando para assumir a pasta, e alguns deputados já o abordam nos corredores da Câmara para fazer pedidos.
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Publicamente, no entanto, Sabino tem evitado tratar do tema. Nesta semana, durante lançamento de uma frente parlamentar no Congresso, ele disse que, “sobre a questão do ministério, cabe ao governo, ao presidente Lula, ao seu tempo, da forma como entender melhor, montar a sua equipe, formar o seu time”.
De todo modo, o deputado prometeu empenho assim que for confirmado como ministro do Turismo. “Eu sou funcionário do povo brasileiro, dos cidadãos do Pará, por onde fui eleito. Estou à disposição do meu partido. Sou fiel. Se essa missão me for incumbida, então vamos buscar exercer com o máximo de empenho, o máximo de trabalho possível”, declarou Sabino.