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Bancada ruralista defende diplomacia em resposta à taxação anunciada pelos EUA

Presidente Trump comunicou que vai taxar produtos brasileiros em 50% a partir de agosto

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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Bancada ruralista demonstrou preocupação com o equilíbrio das relações comerciais entre Brasil e EUA Vinicius Loures / Câmara dos Deputados - 09/07/2025

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), mais conhecida como bancada ruralista, informou, nesta quarta-feira (9), que está “preocupada” com o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre taxar produtos brasileiros em 50% a partir de 1° de agosto.

“A medida, comunicada por meio de carta oficial enviada ao governo brasileiro, representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”, afirmou a bancada em nota.


Conforme a FPA, a nova alíquota “produz reflexos diretos e atingem o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras”.

A bancada também defendeu uma “resposta firme” e estratégica. “É momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”, ressaltou.


Por fim, a bancada reiterou a “importância de fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações. A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”.

Entenda

Em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.


A medida, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No texto, Trump afirma que “a forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”. Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações envolvendo o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.


Ele também menciona uma suposta censura imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas de mídia social dos EUA, classificando as ordens judiciais como “secretas e ilegais” e alegando que isso viola direitos fundamentais de cidadãos americanos.

Além das críticas políticas, Trump argumenta que a relação comercial entre os dois países está “longe de ser recíproca” e aponta “políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais” impostas pelo Brasil como responsáveis por um déficit comercial que, segundo ele, ameaça a economia e a segurança nacional dos EUA.

“O número de 50% é muito menor do que o necessário para garantir a igualdade de condições”, escreveu.

De acordo com o presidente americano, mercadorias brasileiras enviadas a outros países para tentar contornar a tarifa também estarão sujeitas à sobretaxa. Trump deixou claro que eventuais aumentos de tarifas por parte do Brasil serão somados aos 50% anunciados. Ele ainda condicionou uma possível revisão da medida à abertura de mercado por parte do governo brasileiro e à eliminação de políticas que considera injustas.

Na carta, Trump também ordena ao Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a abertura imediata de uma investigação com base na Seção 301 da legislação comercial americana — um dispositivo usado para apurar práticas consideradas desleais por países parceiros.

O comunicado termina com um tom de ameaça velada e abertura para negociação: “Essas tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.”

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