Bancos públicos não poderiam atacar o governo, diz Guedes
O ministro fez referência a manifesto que está sendo preparado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
Brasília|Isabella Macedo, do R7, em Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nesta segunda-feira (30/08), ter sido informado da intenção do Banco do Brasil e da Caixa de deixarem a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por supostos “ataques” ao governo no manifesto preparado pela entidade. O manifesto, intitulado “A Praça é dos Três Poderes”, tem divulgação prevista para esta terça-feira (31).
Em resposta ao ministro, a Febraban afirmou que o manifesto foi articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e “não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica.”
O ministro disse ter sido informado da nota e da intenção dos bancos públicos de deixarem a Febraban no sábado (28). Ainda de acordo com Guedes, houve um desentendimento dos demais signatários com os bancos públicos.
“Os bancos públicos não poderiam atacar o próprio governo, já que são bancos do governo. E a Febraban disse que não era um ataque ao governo, e sim uma defesa à democracia. Na defesa à democracia, estamos todos juntos”, disse o ministro na saída da Residência Oficial do Senado Federal, onde se reuniu com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Em nota de esclarecimento divulgada nesta tarde, a Febraban afirma que o manifesto foi articulado pela Fiesp e pede “serenidade”. “O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade”, diz a nota publicada pela entidade.
“A Febraban submeteu o texto à sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da Federação dos Bancos. A Febraban não comenta sobre posições atribuídas a seus associados”, completa o comunicado da federação dos bancos.