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Bebê com problema no coração morre à espera de cirurgia no DF 

Maria Júlia aguardava uma vaga no Instituto do Coração desde 13 de dezembro; pais recorreram à defensoria três vezes

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Maria Júlia, de um mês, que morreu à espera de uma cirurgia cardiológica
Maria Júlia, de um mês, que morreu à espera de uma cirurgia cardiológica Maria Júlia, de um mês, que morreu à espera de uma cirurgia cardiológica

No dia em que completaria um mês de vida, Maria Júlia Barbosa Lima morreu, neste sábado (7), à espera de uma cirurgia cardíaca. A menina nasceu com uma má formação no coração e tinha indicação de uma operação emergencial para sobreviver. Ela aguardava, desde 13 de dezembro de 2022, a transferência de hospital para realizar o procedimento — os pais acionaram a Justiça para garantir o leito, mas o bebê morreu sem que a decisão fosse cumprida.

Maria Júlia nasceu em 7 de dezembro, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), e dias depois foi diagnosticada com uma cardiopatia congênita. Por isso, ela permaneceu internada na unidade, mas com a indicação para a transferência imediata ao Instituto de Cardiologia e Transplantes, local onde ela passaria por uma cirurgia de urgência e necessária para mantê-la viva. 

Sem vaga imediata, os pais recorreram à defensoria pública, que acionou a Secretaria de Saúde para a transferência e a busca por apoio da iniciativa privada, caso não houvesse leito no momento. Em resposta à decisão, o Instituto informou que Maria Júlia era a paciente número um da lista. Desde que entrou no sistema de regulação, foram mais de 25 dias de espera.

"A gente precisou ir na defensoria pública por três vezes e nada foi feito. Minha filha morreu por negligência do Estado, de não conseguir fornecer uma UTI neonatal para uma criança cardiológica", lamentou a mãe, Jessica Kerolayne Barbosa. 

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Segundo a mãe relatou à reportagem, na noite de sexta-feira (6), após a repercussão do caso, a Secretaria de Saúde informou que a menina seria transferida imediatamente. "Passamos a noite inteira esperando e nada. Não foi transferida porque não tinha transporte, foi o que alegaram para a gente", afirmou. 

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Em 5 de janeiro, a reportagem do R7 acionou a Secretaria de Saúde sobre o caso. Na ocasião, a pasta informou que Maria Júlia estava sendo assistida pela equipe de terapia intensiva neonatal do HRT enquanto esperava pela cirurgia. 

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"O procedimento já foi regulado como prioridade vermelha. A Secretaria de Saúde e o Instituto de Cardiologia e Transplantes estão trabalhando para que a cirurgia ocorra o mais breve possível, respeitando-se o critério de prioridade", alegou a pasta. 

O R7 pediu um novo posicionamento da secretaria após a morte da paciente. A pasta informou que a transferência estava programada para ocorrer às 7h deste sábado (7) e que a cirurgia também já estava marcada. 

"A SES informa ainda que a paciente não foi transferida anteriormente em razão do quarto delicado de outros três bebês que se encontravam na UTI do ICTDF, não podendo esses serem transferidos para outras UTIs pediátricas", justificou a secretaria, lamentando a morte. 

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