Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Boas chances de aprovação, diz Múcio sobre projeto que muda aposentadoria de militares

Segundo o ministro, o tema “conversou-se bastante” e, agora, caberá ao parlamento analisar os detalhes e decidir sobre a aprovação

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Boas chances de aprovação, diz ministro da Defesa sobre projeto que muda aposentadoria de militares
Boas chances de aprovação, diz ministro da Defesa Paulo Pinto/Agência Brasil - 17/12/2024

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta terça-feira (17) que o projeto de lei (PL) que altera as regras para a aposentadoria de militares tem “boas chances de passar” no Congresso Nacional. O texto, enviado pelo governo ao Legislativo, prevê que, a partir de 2032, os militares só poderão ir para a reserva remunerada após atingir a idade mínima de 55 anos e completar 35 anos de serviço.

Segundo ele, o tema “conversou-se bastante” e, agora, caberá ao parlamento analisar os detalhes e decidir sobre a aprovação. “Está acomodado. Já conversamos bastante e vamos defender, mas não cabe a mim comentar os detalhes neste momento. Isso é para o Congresso avaliar,” disse Múcio ao ser questionado sobre as mudanças.

LEIA TAMBÉM

O projeto prevê que, a partir de 2032, todos os militares passarão para a reserva remunerada somente após completarem 55 anos de idade e 35 anos de serviço, com um período de transição de sete anos para adequação às novas regras. O ministro reconheceu que a implementação gradual é um desafio, considerando a estrutura das Forças Armadas e o tempo necessário para adaptação da categoria.

“Temos que ver como se adequa a isso, senão teremos o que se chama de ‘empoçamento’. Vão ter alguns postos que vão ficar empoçados em algum lugar: muito coronel quando não está precisando, ou muito major ou muito capitão. Isso nós vamos adequar porque tem que ser uma coisa lenta, porque a carreira é muito longa”, explicou Múcio.


Tempo de transição

De acordo com o ministro, a carreira militar possui características próprias, como a estrutura hierárquica e a progressão de cargos, que exigem uma adaptação gradual para evitar desequilíbrios. Segundo ele, a transição precisa ser feita com cuidado para não gerar acúmulo de oficiais em determinados postos, o que poderia prejudicar o fluxo de promoções e o funcionamento das Forças Armadas.

“É uma carreira muito longa, e a transição precisa ser feita de forma cuidadosa. A categoria vai se adaptar, mas tem que ser algo pensado para que o sistema não fique desequilibrado,” reforçou.


Pontos do projeto

O texto apresentado pelo governo mantém a exigência de idade mínima de 55 anos para a reserva remunerada, além de mudanças no pagamento de pensões e na contribuição ao Fundo de Saúde dos militares. Entre as principais propostas estão:

  • Restrição de pensões por morte: O benefício ficará limitado aos dependentes da primeira ordem de prioridade, como cônjuges e filhos menores, eliminando a possibilidade de repasse para beneficiários de ordens inferiores, como pais ou irmãos.
  • Contribuição para o fundo de saúde: Todos os militares contribuirão com uma alíquota de 3,5% da pensão para o fundo, que garante a assistência médico-hospitalar e social da categoria.

Durante as discussões preliminares, as Forças Armadas tentaram negociar alterações no projeto, como a aplicação das novas regras apenas para militares que ingressassem a partir de 2025 ou a possibilidade de pagamento de um “pedágio” de 9% adicional sobre o tempo de serviço para os profissionais já na ativa. No entanto, a equipe econômica do governo manteve a proposta original.


Apesar dos desafios, Múcio reforçou que o ajuste será necessário e que a carreira militar possui capacidade para absorver as mudanças gradativamente. Ele acredita que o Congresso Nacional será capaz de analisar o tema com responsabilidade e avançar com o projeto.

O debate no parlamento deve considerar o equilíbrio entre as necessidades fiscais do país e a realidade estrutural das Forças Armadas. O governo estima que as mudanças resultarão em uma economia de R$ 2 bilhões ao ano, divididos entre aumento de arrecadação e cortes de despesas com pensões e aposentadorias.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.