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Bolsonaro deve focar agendas positivas e evitar críticas ao STF em convenção do PL

Benesses incluídas na PEC dos Benefícios devem receber atenção do presidente no ato, que confirmará sua candidatura à reeleição

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve focar agendas positivas e evitar críticas ao STF durante seu discurso no ato de lançamento da sua candidatura à reeleição ao Palácio do Planalto, neste domingo (24), no Rio de Janeiro.

De acordo com integrantes da campanha, Bolsonaro dará atenção aos subsídios sociais incluídos na emenda constitucional que institui estado de emergência até o fim do ano, o que permite um pacote de benefícios que seriam vedados em ano eleitoral. A emenda foi promulgada pelo Congresso Nacional na última semana e autoriza o governo federal a gastar R$ 41,2 bilhões em prol de benefícios sociais até o fim de 2022. 

Entre as medidas previstas na emenda está o aumento do Auxílio Brasil dos atuais R$ 400 para R$ 600, voucher para caminhoneiros no valor de R$ 1.000, além de dobrar o valor do Auxílio Gás e conceder um auxílio para taxistas, sem quantia definida.

O Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família, é um dos pontos que devem ser realçados por Bolsonaro durante seu discurso. O presidente alega que a medida decorre do entendimento do governo do sofrimento dos mais humildes e, dessa forma, busca atender a todos.


Crise com Judiciário

Nesta semana, Bolsonaro teve uma nova crise com o Poder Judiciário ao apresentar, durante reunião com embaixadores estrangeiros, críticas ao sistema eleitoral brasileiro. O presidente voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, além de fazer críticas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No encontro com o corpo diplomático internacional, Bolsonaro direcionou as críticas aos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Fachin é o atual presidente do TSE e Barroso foi o último chefe da Corte Eleitoral, que será assumida por Moraes em meados de agosto.


As falas, já desmentidas pelo TSE, provocaram uma reação em conjunto de diversos órgãos. Juntamente com procuradores regionais dos Direitos do Cidadão, o procurador federal Carlos Alberto Vilhena apresentou um pedido de investigação de supostas irregularidades eleitorais por parte de Bolsonaro. O documento, enviado à PGE (Procuradoria-Geral Eleitoral), afirma que Bolsonaro cometeu abuso de poder ao pôr em xeque o sistema eleitoral brasileiro.

Partidos de oposição acionaram o STF contra a investida do presidente. Segundo as legendas, os ataques configuram, em tese, crimes contra as instituições democráticas, crime de responsabilidade, propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa.


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Evento

O ato de pré-candidatura à reeleição de Bolsonaro vai ocorrer neste domingo (24), no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa, também estará presente e, segundo interlocutores, não deve discursar na convenção.

A ideia inicial do PL era realizar o evento em São Paulo, na tentativa de fortalecer o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo paulista. Além disso, o estado é o maior colégio eleitoral do país. Segundo o TSE, entre as cidades com mais de 200 mil eleitores, 28 estão em São Paulo, incluindo a capital, onde há cerca de 8 milhões de pessoas aptas a votar.

No entanto, prevaleceu a ideia de lançar a pré-candidatura no Rio de Janeiro, berço político de Bolsonaro. O PL divulgou, por meio de um site, a retirada dos ingressos para o evento de forma gratuita. No entanto, opositores ao governo difundiram nas redes sociais uma estratégia para esvaziar o evento, incentivando os críticos que não pretendem comparecer a retirar os ingressos. 

A ideia seria esgotar os ingressos, impedindo que apoiadores fossem à convenção. Uma estratégia semelhante ocorreu em 2020 em um comício do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que também tentava a reeleição. 

Na terça-feira (19), o site apresentou instabilidade, e o número de ingressos se esgotou. Impulsionado pelo boicote organizado por opositores ao chefe do Executivo, o portal para a retirada do ingresso chegou a registrar cerca de 50 mil inscrições para a convenção. No entanto, conforme apurado pela reportagem, perto de 40 mil foram canceladas.

A reportagem apurou ainda com a equipe da campanha que foi realizada, com o uso de ferramentas próprias, uma triagem das inscrições falsas e dos QR Codes. Além disso, o partido disse que os IPs dos ataques foram armazenados para eventuais medidas judiciais legais, caso configurem crime.

Nesta quarta-feira (20), foi reaberto o espaço para retirada de ingressos, mas com exigência de mais dados pessoais, como RG, endereço completo e, de forma opcional, as redes sociais. Há a expectativa da campanha de que o ato reúna ao menos 10 mil pessoas. A abertura do evento está prevista para 8h22, com a presença de Bolsonaro às 11h22, em referência ao número 22, do PL.

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