Bolsonaro diz que não pode reduzir preços 'na canetada'
Na live semanal desta quinta-feira, o presidente disse que se ele interferir para manter o preço da energia baixo 'o caos se instala'
Brasília|Do R7, em Brasília
Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro declarou, nesta quinta-feira (30), que não pode interferir no preço da energia. "Alguns querem que eu interfira, na canetada, manter o preço lá embaixo. Se eu fizer isso, o caos se instala", afirmou. O presidente disse que isso foi feito em 2012 e a energia baixou em cerca de 20%. "Logicamente, teve reflexo direto nas empresas que faziam a distribuição, teve que fazer um reajuste logo, poucos meses depois. E nesse acordo com as distribuidoras foi feito um planejamento para recuperar aquela perda proporcionada pelos -20%, em 2012, e essa conta está prevista para ser paga até 2023”, afirmou Bolsonaro.
Ao falar sobre a alta nos preços de combustíveis, o presidente pediu aos consumidores que busquem saber quanto de ICMS será pago ao comprar gasolina ou gás. O presidente sugeriu ainda que condomínios se juntem para alugar um caminhão-tanque e comprem gás diretamente da Petrobrás.
"Alguns estados já estão anunciando a redução do percentual do ICMS. Mas não é a solução. A solução é cada estado ter seu valor fixo. Eu não vou interferir. Cada governador decida o valor do ICMS. Não queremos interferir no valor do ICMS, mas queremos que você, consumidor, saiba quanto paga de ICMS a cada litro de combustível que você bota no seu carro", disse. Bolsonaro adimitiu ainda que os caminhoneiros "estão chateados com esse novo reajuste da Petrobras". "Quero que vocês entendam. Eu vou onde posso ir. Se eu tabelar, complica", afirmou.
Na transmissão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que todas as medidas que podem ser tomadas pelo governo estão sendo estudadas. "O governo já estudou colchão tributário, fundo de estabilização, alongamento de memória... Acho que está sendo um esforço muito grande," justificou.
Tratamento precoce
Bolsonaro falou sobre o tratamento precoce. Ele desafiou a imprensa a perguntar ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, "se ele fez algum tratamento inicial nos Estados Unidos ou se ficou rezando no hotel [e depois na embaixada] tomando paracetamol. Ou não fez o tratamento inicial, ficou rezando, olhando para o protocolo Mandeta. O que dizia o protocolo Mandeta? 'Vá para casa.' Quando sentir falta de ar, procure o hospital... Eu nunca vi uma pessoa acometida de uma doença esperar ser internado ou intubado para procurar tratamento. Parece que esse protocolo era para obrigar o pessoal a comprar respirador a qualquer preço. Será que tudo não fazia parte de um plano?" O presidente disse ainda que o passaporte da vacina é uma ameaça à liberdade das pessoas.
Bolsonaro em BH
Bolsonaro e sua equipe lançaram, nesta quinta-feira (30), em Belo Horizonte, a pedra fundamental para marcar o início do projeto de construção do Centro Nacional de Vacinas da UFMG, que terá um aporte de R$ 50 milhões da União e R$ 30 milhões do Governo de Minas Gerais.
Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, detalha que o laboratório terá capacidade de desenvolver projetos com tecnologia 100% nacional, fazer conexões com as indústrias e promover testes pré-clínicos e clínicos de vacinas variadas. Com o lançamento, o representante do governo classificou a UFMG de "Oxford brasileira".
A visita do presidente a Belo Horizonte faz parte da série de eventos que marcam os mil dias de sua gestão. Durante a cerimônia, realizada na Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas Gerais, Bolsonaro também sancionou o projeto que libera R$ 2,8 bilhões para a modernização, ampliação e privatização do metrô da capital mineira. Parte do valor deve ser usada para a construção de uma nova linha de trens na cidade.
Em seu discurso, o chefe do Executivo também voltou a criticar o passaporte da vacina, adotado em algumas cidades brasileiras, e defendeu o direito à liberdade religiosa. Ele afirmou que é preciso respeitar o direito à liberdade de culto.
Compromissos de sexta-feira
Na sexta-feira (1º), Bolsonaro participará, às 10h30, da cerimônia alusiva à assinatura do Decreto da Cédula de Produto Rural (CPR) Verde, voltado às empresas interessadas em compensar voluntariamente a emissão de gases de efeito estufa. O evento será no Palácio do Planalto, e faz parte do ciclo de comemoração dos mil dias de governo. Participam também da solenidade o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
Durante a tarde, o presidente estará em Maringá para participar da cerimônia de inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bela Vista. O evento também vai marcar a entrega da ampliação operacional do Aeroporto Regional de Maringá. Além de Bolsonaro, estarão presentes na solenidade o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; e o prefeito de Maringá, Ulisses de Jesus Maia Kotsifas. O evento será às 15h30, no pátio aviação geral do terminal.