Bolsonaro inelegível repercute na imprensa internacional; veja
O jornal americano The New York Times disse que a carreira de Bolsonaro está em risco; o ex-presidente fica inelegível até 2030
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou repercussão em jornais de todo o mundo, nesta sexta-feira (30), que deram destaque para o futuro político do ex-chefe do Executivo. A ação na corte eleitoral julgou a conduta de Bolsonaro em uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado. Na ocasião, ele questionou a segurança das urnas eletrônicas e atacou o sistema eleitoral brasileiro.
O jornal americano The New York Times disse que a decisão do TSE ocorreu porque Bolsonaro espalhou notícias falsas sobre as eleições. O jornal também ressaltou que, com o ex-chefe do Executivo inelegível, a "extrema direita do país perde um dos principais candidatos da próxima disputa presidencial".
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“Há apenas seis meses, Bolsonaro era presidente de uma das maiores democracias do mundo. Agora, sua carreira política está em risco”, destaca.
A BBC, do Reino Unido, lembrou que Bolsonaro "nunca reconheceu publicamente a derrota nas eleições" e que não vai poder disputar a próxima eleição, em 2026. O também britânico The Guardian associou Bolsonaro ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e afirmou que a saída do ex-presidente do jogo eleitoral "gera especulações sobre quem pode herdar os 'formidáveis' 58 milhões de votos que recebeu no ano passado".
A decisão do TSE também é manchete do Diário de Notícias, de Portugal. O jornal disse que o ex-presidente e o seu partido, o PL, planejam disputar as eleições municipais, em 2024, sob o mote de "suposta perseguição política".
Veja a repercussão em outros veículos:
Relembre o caso
Em julho do ano passado, Bolsonaro convidou diplomatas estrangeiros para uma reunião no Palácio da Alvorada, ocasião em que questionou a segurança das urnas eletrônicas. Durante a conversa, ele disse que as urnas completaram automaticamente o voto no PT nas eleições de 2018, que os aparelhos não têm sistemas que permitam auditoria, que não é possível acompanhar a contagem dos votos e que a apuração é realizada por uma empresa terceirizada. Ele também atacou ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Partidos de oposição acionaram o Supremo e acusaram o presidente de ter cometido crime contra o Estado democrático de Direito, delito eleitoral, crime de responsabilidade e improbidade administrativa.