O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar a forma do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por um suposto plano de golpe de Estado depois das eleições de 2022. A jornalistas, nesta terça-feira (18), ele criticou a análise do caso em uma turma da corte, em vez de no plenário do Supremo.“Nem no plenário querem que seja, querem que seja na Primeira Turma. Querem que o julgamento seja justo?”, questionou. “O julgamento será isento?”, indagou, em outro momento. Ao longo das declarações, Bolsonaro ainda lembrou de rusgas passadas com ministros que compõem a Primeira Turma do STF e citou desentendimentos com Flávio Dino enquanto era deputado. O ex-presidente também questionou a condução de Alexandre de Moraes em outros processos. O julgamento que vai definir se Bolsonaro vira réu pelas acusações está previsto para os dias 25 e 26 de março. A corte vai avaliar se o ex-presidente e outras sete pessoas tiveram envolvimento no suposto plano golpista, o que foi negado por Bolsonaro. “É um processo completamente totalmente viciado”, argumentou.A posição de Bolsonaro vem um dia após Dino defender a conduta dos ministros da corte e a forma de decisão do julgamento de Bolsonaro.“Ninguém vai arriscar a sua biografia, a sua ética profissional, julgando casuisticamente pessoas. O que haverá é o julgamento de fatos e provas nos atos, afirmo a vocês, porque o Supremo tem uma tradição que, independentemente de você gostar de uma ou outra decisão, que é legítimo, mas o Supremo tem um código de conduta. E ninguém vai violar esse código de conduta por conta de calendário eleitoral ou interesses políticos”, afirmou o ministro.