Bolsonaro recua e diz que agora são 625 vagas para PF e PRF
Nesta segunda-feira (2), o presidente acionou dois ministérios para ampliar para mil o número de vagas destinadas aos agentes das duas forças
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Um dia após acionar dois ministérios para ampliar para mil o número de vagas para agentes aprovados em concursos para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, o presidente Jair Bolsonaro recuou, nesta terça-feira (3), e disse que serão chamados 625 agentes de cada força.
"Ontem foi acertado mais 625 vagas para cada força. Foi o que deu para fazer com o PLN 1. Agora os demais vão ter outra oportunidade, talvez este ano, acabando as eleições", disse Bolsonaro durante conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada.
"Tudo que foi possível fazer eu fiz. Inclusive vocês já são excedentes. Então 625 agora, porque vocês são lucrativos para o Brasil, o trabalho que faz, o combate à corrupção, apreensão de drogas e armamento, entre outras coisas mais aí", acrescentou.
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Nesta segunda-feira (2), Bolsonaro acionou os ministérios da Economia e da Justiça e Segurança Pública para obter a contratação de ao menos mil aprovados em concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, categorias que são bases eleitorais do chefe do Executivo – que tentará a reeleição neste ano.
Durante conversa com apoiadores, Bolsonaro contou que havia 500 vagas abertas. "Foi aprovado um PLN [Projeto de Lei do Congresso Nacional] na semana passada para 500 vagas, da PF e PRF. Não temos orçamento para este ano, e não tem como formar na academia também. Gastei todo o meu limite e não posso incorrer na Lei de Responsabilidade Fiscal. Quero ver se publica hoje", disse.
O projeto citado por Bolsonaro é o PLN 1/2022, que abre crédito suplementar de R$ 2,5 bilhões para a recomposição de despesas com pessoal e o reforço de dotações do Plano Safra 2021/2022. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional na última quinta-feira (28) e ainda não foi sancionada pelo presidente.
Inicialmente, o projeto tinha o valor de R$ 1,7 bilhão para recompor despesas primárias obrigatórias de pessoal e encargos sociais. Depois, o governo acrescentou R$ 869 milhões para suplementar o Plano Safra, com financiamento de custeio agropecuário, comercialização de produtos e investimento rural e agroindustrial.
Ainda na conversa, Bolsonaro contatou o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Caio Castelliano de Vasconcelos, e perguntou qual era o máximo de vagas que poderiam ser abertas. "São 535", respondeu o secretário. Depois, o presidente ligou para o ministro Anderson Torres, da Justiça.
"Se tu passar para mil para cada um, dá para resolver? Mil para cada lado. Então faz um aditivo aí e pede mil vagas para cada lado, tá o.k., pode ser?", perguntou Bolsonaro, ao telefone. "Acabei de falar com o Caio, fala você também com o Caio para resolver essa parada aí. Foi aprovado o PLN, e tem como formar este ano essa turma toda? Tem? Então tá o.k., valeu", completou.
No entanto, Bolsonaro recuou e, agora, fala em 625 vagas para cada força. A reportagem procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas não obteve retorno.