Boulos protocola pedido de inelegibilidade de Tarcísio e Nunes após fala sobre PCC
Governador de São Paulo disse, sem provas, que foi identificado ‘salve’ do PCC recomendando voto no psolista
Brasília|Rute Moraes e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
Candidato à Prefeitura da cidade de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) pediu, neste domingo (27), a inelegibilidade do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.
Caso a chapa de Nunes seja eleita, a campanha de Boulos pede ainda que seja cassada. A ação, protocolada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), ocorre após Tarcísio dizer, sem provas, que a inteligência do governo interceptou um “salve” do PCC recomendado voto em Boulos.
LEIA MAIS
No documento, a campanha do psolista alega que Tarcísio e Nunes cometeram “abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social”.
“Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”, argumentou a defesa de Boulos na ação.
“A utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente”, continuou. “A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas.”
A campanha pede ainda que, caso a “orientação” do PCC “tenha efetivamente sido objeto de alguma ação de inteligência policial, pode e deve ser apurada, com identificação e oitiva dos responsáveis”.
Além disso, alega que a fala de Tarcisio já é “explorada de maneira criminosa” por apoiadores de Nunes por meio de vídeos divulgados em aplicativos de mensagens.
A campanha de Nunes, em nota, informou que, no momento, não vai se manifestar sobre os “recentes pedidos” de Boulos à Justiça.
Entenda
Mais cedo, sem provas, Tarcísio afirmou que, durante a campanha, foram realizadas interceptações de mensagens de membros do PCC. Segundo o governador, os textos orientavam voto no candidato do PSOL. Além disso, relatou que o governo paulista trocou informações do caso com o TRE-SP.
“Teve o salve. Houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas, em determinadas áreas, a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação.” disse o governador. Questionado sobre qual candidato, ele respondeu: “Boulos”.